Doenças cardiovasculares correspondem a 30% das mortes no país

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

Doenças cardiovasculares correspondem a 30% das mortes no país

Especialista alerta sobre crescente número de casos em Lajeado. Cansaço, sedentarismo, diabetes, colesterol descontrolado, são alguns alertas

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Doenças cardiovasculares correspondem a 30% das mortes no país
Médico Márcio Mossmann (Foto: Pedro Rodrigues)
Brasil

O aumento do número de casos de pessoas com doenças cardiovasculares no Brasil chama a atenção dos especialistas. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 14 milhões de brasileiros sofrem com problemas relacionados a alguma doença do coração, desses, 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país.

Durante entrevista ao programa Frente e Verso desta quarta-feira, 20, o médico cardiologista do Hospital Bruno Born, Márcio Mossmann, explica algumas situações que elevam esses índices anualmente como, por exemplo, o envelhecimento populacional, aumento da obesidade no mundo, cerca de 20% da população é obesa no Brasil. Com a pandemia, as pessoas ficaram muito tempo em casa e o sedentarismo tomou conta. Muitos abandonaram as academias, abriram mãos das caminhadas, alimentação irregular e isso proporciona um aumento de doenças, dentre elas, as cardiovasculares. Em Lajeado, os casos também aumentaram significativamente.

Para se ter uma ideia, em 2020, o HBB atendeu 278 pacientes com dor torácica. Em 2021, foram 243. Em 2022, 254 pacientes e, até setembro de 2023, já haviam passado pelo hospital 199 pessoas apresentando os sintomas. Npumeros considerados altos, de acordo com o especialista. “O que chama a atenção é a idade das pessoas que procuram o hospital. Muitos pacientes com idade de 30 anos, quase um por dia chega no HBB e com doenças mais graves. Antigamente, a maioria era acima dos 60 anos”, revela.

A pressão arterial, ansiedade, sedentarismo, diabetes, além do colesterol são alguns sintomas que levam aos problemas cardiovasculares.

Mossmann esclarece, também, que o principal sintoma do infarto é o cansaço. Pessoa ao sentir algum sintoma deve buscar auxílio médico o mais breve possível. “Dor no peito de forte intensidade que pode ir para os braços, mandíbula, náuseas, vômitos, tontura, sensação de pressão baixa. A pessoa deve manter calma e pedir ajuda para alguém levar ao atendimento médico. Nem sempre o hospital é o primeiro local a ser procurado. A UPA ou Posto de Saúde para receber os primeiros atendimentos e medicações é fundamental. Nunca dirigir um veículo e se automedicar”.

Doença crônica do coração

O especialista explica que nesses casos, o coração vai ficando mais fraco e trabalhando com menos eficiência. “Começa aí aquele cansaço, aquela falta de ar, canseira nas pernas, um aperto no peito, dor no peito quando vai fazer alguma atividade rotineira ou além do que costuma fazer. Vai aparecer ao longo de semanas e mês, portanto, é preciso buscar o médico para realizar exames e um diagnóstico precoce”, ressalta.

Principais orientações

– Atividade física faz melhorar o funcionamento do coração;
– Realizar exames de acordo com orientação médica;
– Fazer checkup como prevenção;
– Alimentação saudável e balanceada.

“Atenção para algumas datas da vida que a pessoa precisa ir ao médico como, por exemplo, os homens com 50 anos fazer exame da próstata, as mulheres periodicamente buscar o ginecologista, fazer exame de mama, dentre outros”.

Evolução HBB

De acordo com o médico cardiologista do HBB, Márcio Mossmann, a direção do hospital têm dado uma atenção especial ao setor da cardiologia com aquisição de máquinas para melhor atender o paciente com doenças agudas. Além disso, destaca a importante obra sendo realizada na unidade de saúde. “Obras em fase acelerada e que trará uma melhor acomodação para nossos pacientes. Queremos que o paciente saia do hospital melhor do que entrou, deixá-lo melhor e com mais capacidade de fazer as suas atividades. Procedimentos são realizados para prolongar a vida e dar uma qualidade melhor ao paciente”, conclui.

Assista a entrevista na íntegra

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