Disputa entre organizações criminosas eleva temor de homicídios em Lajeado

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Disputa entre organizações criminosas eleva temor de homicídios em Lajeado

Com uma morte na sexta-feira e outras duas no domingo, Polícia Civil contabiliza 18 casos em 2023

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Disputa entre organizações criminosas eleva temor de homicídios em Lajeado
Delegado Márcio Moreno reforça preocupação com moradores de áreas próximas dos crimes. (Foto: ARQUIVO A HORA)
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Os três assassinatos em cerca de 36h ampliaram o alerta para confrontos mais intensos entre as chamadas “facções” que comandam o tráfico de drogas, em Lajeado. Todos os casos ocorreram no bairro Santo Antônio. As investigações coordenadas pela Polícia Civil (PC) e Brigada Militar (BM) iniciaram logo após os crimes, com a busca por informações e tentativas de localização de envolvidos nos atentados.

Por volta das 16h da sexta-feira, 8, Ezequiel Gonçalves Schmitz, foi executado na Rua Eugênia Christ. O homem de 25 anos foi surpreendido por dois indivíduos que efetuaram os disparos e fugiram em um automóvel. Schmitz morreu no local. A polícia apreendeu dezenas de projéteis de pistola nove milímetros e até de fuzil.

Mais violenta ainda foi a troca de tiros na madrugada do domingo, 10, na esquina das ruas Bernardino Pinto e Maria Joana Freitas. Durante confronto com integrantes de uma organização rival, foram mortos Luan Henrique Dos Santos, 24 anos e João Pedro de Carvalho Nunes, 19 anos. Outros dois homens envolvidos no confronto foram socorridos ao hospital, um deles segue internado.

Conforme o delegado titular da DP de Lajeado, Márcio Moreno, os três casos do final de semana integram uma sequência de eventos com participação de duas facções com atuação intensa no crime organizado do Vale do Taquari. “Estas situações tem se concentrado no bairro Santo Antônio, em uma realidade que persiste naquele local. Claro que nosso trabalho de investigação está sendo feito com a tentativa de identificação dos envolvidos que fugiram e outras diligências”, complementa.

18 mortes no ano

No levantamento da Polícia Civil, são 18 pessoas vítimas de crimes violentos letais intencionais (CVLI). Conforme o delegado Moreno, a tipificação considera os feminicídios, latrocínios, homicídios e abortos.

Para o comandante do 22º Batalhão de Polícia Militar do Vale do Taquari, tenente-coronel Alessandro Bernardes, todo contexto de violência contra vida gera preocupação pela segurança pública, ainda mais no contexto de violência que convivem a maioria dos moradores do bairro Santo Antônio.

“Aumentamos o patrulhamento naquela região. Não há ciência capaz de prevenir quando serão os próximos casos. Estive no local acompanhando todo o deslinde da ocorrência e para nós fica mais claro a cada dia que passa: a origem do problema lá é multifatorial, passando pela segurança pública mas também por outras áreas do poder público”.

Apesar da maioria das vítimas de execuções ter histórico com o tráfico e o crime organizado, de acordo com a polícia, há preocupação com a situação de moradores dos locais onde ocorrem os confrontos, já que praticamente todos os atentados ocorreram em espaços públicos.

Para a presidente da associação de moradores do bairro Santo Antônio, Cristiane da Rosa, os moradores da comunidade estão com medo, mas precisam seguir com a rotina mesmo com as dificuldades. “Me dói muito quando vejo comentários preconceituosos generalizando a população. Tem muita gente boa no bairro e merecem respeito!”, conclui.

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