Levantamento feito pela Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales) mostram um ano difícil para todos os setores, principalmente ao turismo. De acordo com o presidente da associação, Charles Rossner, o turismo é um dos setores que primeiro sente o impacto quando ocorre um fator externo como, por exemplo, as enchentes deste ano.
Em entrevista ao programa Frente e Verso desta quinta-feira, 7, Rossner esclarece que o Vale do Taquari foi atingido 100% de forma direta e indireta. “O que impacta no turismo é o fluxo de turistas. O turismo é feito de pessoas”.
O Trem dos Vales, um dos grandes atrativos da região, por exemplo, eram aguardados para passeios neste ano, 45 mil passageiros, mas devido às enchentes, devem fechar o ano em torno de 30 mil. “Um prejuízo de cerca de R$ 4 milhões que vão deixar de circular na economia do Vale. Dinheiro que vem de fora e é injetado aqui”, explica.
Rossner ressalta, ainda, que a diminuição do fluxo não impacta somente o empreendimento turístico, mas toda a cadeia relacionada a ele, afetando mais de 50 setores econômicos. “Turismo tem a capacidade de fazer a circulação da economia. O turismo gera riqueza, ele não concentra renda, mas distribui a renda na sociedade em que está inserido. Porém, quando sofre impacto, todos sentem não só quem trabalha com o setor”.
Linhas de crédito
Os prejuízos no setor do turismo giram em torno dos R$ 30 milhões após enchentes. Rossner diz que equipes da Secretaria de Turismo estiveram na região após a primeira enchente e presenciaram o cenário. Após visita, iniciaram os trabalhos para retomada do setor. “Iniciamos as tratativas para começar os trabalhos, mas para isso precisávamos entender primeiro, o que o empreendedor precisava. Aplicamos uma pesquisa com os empreendedores do setor do turismo dos municípios atingidos para entender quanto isso impactou economicamente cada empreendedor, quanto perdeu em estoque, infraestrutura”.
Somente no Vale, 70 empresas preencheram a pesquisa, mas segundo Rossner, nem todas atingidas diretamente pela enchente, mas pela queda do fluxo. “Buscamos apoio da Secretaria da Fazenda, o Fundo RS Garante e, assim, vamos tentando recomeçar.”
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