A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a conduta de vereador de Roca Sales Antônio Valesan (PTB), conhecido como Pegari. Em sessão da câmara na segunda-feira, 4, ele subiu à tribuna para falar sobre obra executada por empresa terceirizada.
Ao reclamar de entulhos e pedras jogadas no rio, afirmou: “Se for jogar essas pedras no meio do rio, eu vou ser um vereador que vou lutar. A parte dessa documentação está na promotoria e se não tiver um trabalho de gente branca, de gente que sabe fazer esse trabalho, nós vamos embargar aquilo lá.”
Prefeito de Roca Sales entre 2009 e 2012, Valesan foi cassado do cargo em 2011 e perdeu direitos políticos por cinco anos. Segundo o Ministério Público, Pegari desviou as doações de pares de sapatos feitos por uma empresa em troca de votos.
À época, o então vice e atual prefeito, Amilton Fontana (PMDB), assumiu. A sessão desta segunda-feira, 5, foi marcada pela oficialização do pedido de CPI para investigar Fontana devido a doações que foram perdidas na última cheia e declarações dadas em decorrência da situação.
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Na tarde de terça-feira , a câmara emitiu uma nota de repúdio à declaração do parlamentar. Leia a íntegra abaixo:
“O Poder Legislativo de Roca Sales, Estado do Rio Grande do Sul, neste ato representado pelo Presidente, Vereador Paulo Ricardo Gonçalves, com a anuência do colegiado de vereadores com assento nesta Casa Legislativa, vem a público manifestar seu repúdio quanto à manifestação do Vereador Antônio Valesan (PTB), junto à Tribuna Livre da sessão ordinária realizada em 04 de dezembro do corrente ano, independentemente da intenção, da espécie ou da natureza.
Entendemos que manifestações de cunho preconceituoso devem ser combatidas em todas as esferas, para que tais ações possam ser erradicadas da sociedade mediante ações que visem à prática de políticas públicas sérias e permanentes, que possibilitem um amplo debate junto à comunidade e que possam ser transformadas em medidas que mudem o comportamento humano.
Salientamos, por fim, que a responsabilidade de cada pronunciamento é do interlocutor e que, enquanto Poder Legislativo Municipal, rechaçamos todo e qualquer discurso ou ação discriminatória.”