Parcela do 13° gera otimismo aos lojistas às vendas do Natal

ECONOMIA E NEGÓCIOS

Parcela do 13° gera otimismo aos lojistas às vendas do Natal

Quitação de contas e compras de presentes de fim de ano são os principais destinos do pagamento. O benefício deve injetar R$ 291 bilhões na economia do país

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Parcela do 13° gera otimismo aos lojistas às vendas do Natal
No comércio, mobilização para as compras de Natal já começaram. (Foto: Júlia Aamaral)
Vale do Taquari

O pagamento da primeira parcela do 13º salário tem hoje, 30, a data limite e a expectativa é que movimente o comércio e as compras de fim de ano. Após a Black Friday, os varejistas se concentram nas compras de Natal, impulsionadas pelo dinheiro extra que chega à conta do trabalhador.

Em uma loja de calçados na Júlio de Castilhos, em Lajeado, o movimento já começou a crescer. “A Black Friday foi ótima e já batemos a meta do mês ontem. Para o Natal, já estamos bem abastecidos”, conta a gerente Carla Braga. Os comentários positivos se repetem em lojas de doces e roupas.

Nem a chuva dos últimos dias espantou os consumidores. “Em setembro, depois da enchente, sentimos mais a baixa no movimento. Dessa vez, não percebi isso. Notei que as pessoas vêm comprar para toda a família, já antecipando presentes de Natal”, acrescenta Carla.

Quem recebe

Têm direito ao 13º os aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Dessa forma, se o empregado tiver trabalhado metade do mês ou mais, será contado como mês inteiro, com pagamento integral da gratificação correspondente àquele período.

Trabalhadores em licença maternidade e afastados por doença ou acidente também recebem o benefício. No caso de demissão sem justa causa, o valor deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.

Tributação

Sobre o benefício, incide a tributação do Imposto de Renda, INSS e, no caso do empregador, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. No entanto, os tributos só são cobrados no pagamento da segunda parcela. A primeira metade do salário é paga integralmente, sem descontos. A tributação do décimo terceiro é informada em um campo especial na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

Dados gerais sobre o 13º no Brasil

  • Pagamento do 13º salário injetará R$ 291 bilhões na economia
  • O valor representa cerca de 2,7% do Produto Interno Bruto do país
  • Será pago a cerca de 87,7 milhões de pessoas
  • Em média, cada trabalhador deverá receber R$ 3.057

Entrevista

Fernanda Sindelar • professora de economia da Univates

“É muito importante que as famílias tenham um recurso guardado”

Você percebe diferença em 2023 em relação aos anos anteriores em termos de economia e que podem interferir nos cuidados com dinheiro e com o 13º salário?

Em relação à economia do Vale, eu acho que este ano temos várias questões diferentes dos anos anteriores, porque sofremos com as cheias e as consequências das intempéries climáticas. Tivemos também, por exemplo, a redução das atividades da cooperativa Languiru, que era um ente importante para a economia. Então, em consequência disso, talvez o 13º deste ano seja utilizado muito mais para a reconstrução do que compra de presentes.

Existe uma melhor forma de gastar esse dinheiro? Quais devem ser as prioridades?

Essa é uma questão bem pessoal. Cada um precisa olhar para o orçamento familiar e verificar se tem a possibilidade de fazer um investimento ou antecipar pagamentos de impostos, matrícula e compra de material escolar, que vem no início do ano. Mas o que fica desses últimos anos, e que é bem importante, é que as famílias tenham um recurso guardado, reservas financeiras para emergências. Assim como a pandemia, com a alteração nos preços por conta das cadeias globais, agora a região sofreu muito com o clima, e dizem os ambientalistas que a gente vai sofrer cada vez mais. Não tem como as famílias continuarem sem ter uma reserva financeira para emergências, porque elas podem acontecer de novo amanhã ou depois.

Passadas as festas de fim de ano e gastos com presentes, o início do ano traz despesas como IPTU e IPVA. Como conciliar todos os gastos do período?

Precisa ter um planejamento financeiro. As famílias hoje já sabem tudo aquilo que elas vão ter que desembolsar no início do ano. Elas podem não saber o valor exato, mas têm uma noção com base no que gastaram no ano passado. Uma das dicas que a gente sempre dá é para que, antes de sair de férias, as famílias avaliem quanto podem gastar e vão controlando esses gastos. Porque, se não, quando retornam, há uma grande frustração, pois talvez acumularam uma dívida. Então, de alguma forma, tem que tentar evitar ter um desembolso muito grande.

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