Empresários reforçam cobranças para retomada econômica

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Empresários reforçam cobranças para retomada econômica

Após duas enchentes de grande proporção, diretores de empresas e representantes do setor produtivo alinham estratégias para cobrar mais efetividade das políticas governamentais

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Atualizado quinta-feira,
30 de Novembro de 2023 às 21:36

Empresários reforçam cobranças para retomada econômica
Objetivo da Federasul foi alinhar estratégias para cobrar atuação dos governos estadual e federal. (Foto: Henrique Pedersini)
Vale do Taquari

A Federação das Entidades Empresariais do RS (Federasul) organiza uma nova ofensiva sobre os governos federal e estadual. Em reunião com empresários do Vale do Taquari, os representantes definiram algumas iniciativas primordiais após duas enchentes históricas e que trouxeram prejuízos aos negócios, à renda e ao emprego.

O encontro para realinhamento estratégico ocorreu na tarde de ontem em dois momentos. Primeiro com empresas de grande porte. Na sequência, negócios integrantes do Simples Nacional (com até R$ 4,8 milhões de faturamento anual).

Para os empresários, há uma série de iniciativas importantes neste momento. Passa pela revisão do modelo de crédito a partir do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), com maior prazo de carência e juros mais acessíveis, liberação de valores do PIS/Cofins, desburocratização do Fundopem e a cobrança sobre seguradoras a partir das negativas de ressarcimentos.

Outra frente importante é o controle sobre os CNPJs que tiveram acesso aos créditos com juros subsidiados e carência de 24 meses pelo Programa Nacional de Apoio às Micro e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Conforme o presidente da Federasul, Rodrigo Souza Costa, o encontro teve como finalidade identificar dificuldades e soluções individuais que possam estruturar políticas públicas coletivas que resgatem e mantenham a geração de riquezas, empregos e arrecadação nos municípios.

“Isso não é ajuda”

Presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa, dois aspectos precisam ser considerados sobre os créditos para as empresas. Por um lado, o acesso via Pronampe é desigual.

“Temos lojas em Muçum, por exemplo. Lá não tem Banco do Brasil. Tudo é muito burocrático. Houve quem encaminhou e precisou fazer seguro. Isso não é momento. Não pode haver travas.”

Já para empresas com faturamento acima dos R$ 4,8 milhões até R$ 300 milhões, o formato de garantia determinado pelo governo federal torna o processo confuso e com poucas condições para o empreendedor acessar. “Com um juros que pode chegar a 1,75% ao mês. Isso não é ajuda.”

O sentimento de desassistência também se reflete nos empresários. “Somos filhos do governo e estamos abandonados. Precisamos de uma linha de crédito que funcione”, lamentou o diretor da Bom Frango, de Venâncio Aires, Jéferson Vidor.

“A empresa está sangrando”

A diretora executiva da Vinagre Prinz, de Lajeado, Janaína Koller Martinez, relembra os prejuízos de setembro. “Perdemos todo o estoque. Nosso vinagre se espalhou pela cidade inteira. A linha de produção ficou embaixo d’água. Escritório, documentos, tudo perdido. Agora estamos iniciando do zero.”
Responsável pela parte das finanças, Jônia Koller, calcula que houve um prejuízo de até R$ 10 milhões. “Precisamos de algo perto dos R$ 20 milhões para fazer a empresa em outro lugar. Para ficar onde estamos, seriam R$ 8 milhões.”

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