Morte por meningite acende alerta para doença na região

LUTO E PREVENÇÃO

Morte por meningite acende alerta para doença na região

Vítima tinha sete anos e morava em Santa Clara do Sul. O último óbito por meningite registrado na região foi em 2018

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Morte por meningite acende alerta para doença na região
Imagem ilustrativa/freepik
Vale do Taquari
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Uma criança de sete anos morreu vítima de meningite, causada pela bactéria pneumococo, em Santa Clara do Sul. Davi Ramon Martini Nunes era aluno da Escola Sereno Afonso Heisler e filho de Kelly Martini, servidora pública do município. De acordo com dados da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde, o último óbito causado por essa enfermidade na região ocorreu em 2018.

Abalada, Kelly disse que “os pais devem estar atentos aos sintomas, especialmente quando os filhos manifestam algo incomum, algo a que não estão habituados a se queixar”. A meningite que Davi contraiu era bacteriana e contagiosa.

Conforme o médico pediatra que atendeu o caso no plantão e acompanhou o menino na UTI, João Paulo Weiand, o tempo de contágio é relativo. “É difícil precisar. São muitos fatores envolvidos. A chance de transmitir pneumococo em turmas de escola é muito baixa”, afirma.

Sobre a bactéria

Segundo Weiand, o pneumococo – a bactéria que Davi contraiu – é a principal causadora de meningite bacteriana em crianças. A doença é grave, passível de tratamento e com alto risco de complicações, podendo levar a óbito.

“Existem pelo menos 100 tipos de pneumococos identificados até hoje, sendo alguns mais prevalentes e causadores de doença grave”, acrescenta o médico. A bactéria pode causar ainda pneumonia, otites e doença invasiva potencialmente grave. Em outras faixas etárias, a meningite costuma ser causada pela bactéria meningocócica.

Vacinação

Os casos de meningite bacteriana tiveram uma redução significativa em 2020 e 2021 no Rio Grande do Sul, anos marcados pela pandemia de covid-19, com restrições na circulação de pessoas, uso de máscaras e intensificação dos cuidados com a higiene.

O contágio geralmente ocorre por gotículas que entram em contato com a via aérea. Hoje, existe a vacinação contra a meningite, que pode ser feita a partir dos dois meses de idade, com reforço aos doze meses. No estado, conforme informações disponíveis no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SPNI), houve uma queda no indicador entre 2015 e 2021, passando de 95,57% para 77,48%, com dados ainda preliminares de 2021.

O diagnóstico é feito através da punção lombar do líquido que circula nas meninges para análise. O tratamento é feito com antibióticos potentes e de amplo espectro, além de medidas de suporte, sempre a nível hospitalar e na maioria das vezes em UTI.

“Com relação aos cuidados, é fundamental manter a carteira de vacinação em dia. Sempre que a criança apresentar febre alta, dor de cabeça intensa e vômitos, procure imediatamente atendimento médico”, reforça Weiand.

ENTENDA A MENINGITE

O QUE É

A meningite é caracterizada por um processo inflamatório das meninges, membranas que revestem o encéfalo – região do sistema nervoso central – e a medula espinhal.

CAUSAS

A doença é causada a partir da infecção por vírus ou bactérias, assim como fungos e parasitas.

TRANSMISSÃO

A transmissão ocorre através do contato direto pessoa a pessoa, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes. A meningite atinge pessoas de todas as idades, sendo as crianças as mais afetadas.

SINTOMAS DE ALERTA

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Irritabilidade;
  • Falta de apetite;
  • Náuseas ou vômitos.
  • Manchas vermelhas na pele;
  • Confusão mental.
  • Cansaço e sonolência;
  • Convulsões;

PREVENÇÃO

  • Diagnóstico precoce com a internação de pacientes com sintomas da doença;
  • A vacinação das pessoas em contato muito próximo com enfermos (especialmente dentro do mesmo domicílio);
  • Vacinação das pessoas do grupo de risco.

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