“A música não me largou e eu nunca quis largá-la”

ABRE ASPAS

“A música não me largou e eu nunca quis largá-la”

Fernando Graciola, 39, de Encantado, é um violonista conhecido na região, seja por instruir muitos jovens na arte do instrumento ou por sua participação em diversos festivais musicais. Mantém vários projetos além de atuar como instrumentista, arranjador e produtor musical

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“A música não me largou e eu nunca quis largá-la”
Thiane Luiza Fotografia/divulgação
Encantado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Como surgiu a sua história com a música?

Minha história com a música surgiu através da minha família, que foram meus maiores incentivadores. Meu irmão Alexandre me ensinou os primeiros acordes ao violão, minha irmã Márcia e minha mãe Ivani me inseriram no meio da poesia e da música gaúcha, e meu cunhado Maurício Drebes me apresentou Paco de Lucia e João Bosco em uma fita K7. Isso foi no final dos anos 90, durante minha adolescência, e eu sou muito grato a eles e toda minha família por isso.

Como decidiu que essa era sua vocação?

Eu lembro que, quando estava no Ensino Médio, pretendia cursar Jornalismo. Mas, nessa época, já tocava violão e respirava e estudava música diariamente. Não tinha como ser diferente: escolhi fazer isso pelo resto da minha vida. A partir dessa “decisão”, resolvi me aprimorar, estudando com importantes professores particulares de violão da região e capital, até ingressar no curso de Bacharelado em Violão na Universidade Federal de Santa Maria. Antes, durante e após a universidade, sempre trabalhei como músico, artista, trilhando a minha própria carreira, desde músico acompanhante até professor. A música não me largou e eu nunca quis largá-la.

Como é a participação em festivais musicais?

Os festivais de música no RS representam uma baita oportunidade profissional para qualquer músico, seja compositor, intérprete ou instrumentista. Não posso dizer que sou uma “cria” de festivais, mas já trabalhei bastante em alguns deles e tive a sorte e o privilégio de conviver e compartilhar palco e bastidores com grandes músicos e pessoas que muito admiro. Já fui premiado como compositor e instrumentista em alguns festivais, como o Canto da Lagoa (Encantado), Moenda da Canção (Santo Antônio da Patrulha), Legado da Canção Gaúcha (Santo Ângelo), entre outros, além dos festivais de poesia gaúcha, onde atuei como “amadrinhador”, que é o músico que acompanha, fazendo musical para os declamadores, como Sesmaria da Poesia Gaúcha (Osório), Bivaque da Poesia Gaúcha (Campo Bom), Esteio da Poesia (Esteio), Celeiro da Poesia (Abdon Batista/SC), entre outros.

Qual o momento mais marcante que a música lhe proporcionou?

São muitos. Desde a descoberta de um acorde novo à apresentação em um palco importante. Mas o que mais me marcou foi o momento em que descobri que não viveria sem a Música. Ela é o que me faz sentir vivo. Me constrói e me destrói constantemente. E é isso que me faz seguir em frente, sempre a respeitando e a reverenciando.

Como era ser professor dessa nova geração de violonistas?

Tudo faz parte de um grande ciclo. A minha trajetória, assim como a de tantos outros, foi forjada pelo aprendizado, e entendo que a troca de conhecimentos deve ser algo que devemos tratar com carinho, respeito e, sobretudo, cuidado. Mais do que dar aulas, tenho certeza de que, ao longo de 25 anos de caminhada, aprendi muito mais do que ensinei.

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