A formação de um grupo de bombeiros voluntários na Cidade da Amizade foi uma das ideias ventiladas em meio a criação do plano de contingência organizado pela Defesa Civil, voluntários e o departamento de engenharia da prefeitura. Idealizado pelo representante comercial Lucas Moura, o projeto foi estruturado como uma forma de resposta ao fato da cidade estar ilhada e o Estado não ter pessoas e materiais para atender os municípios que podem sofrer com a força da água novamente.
Na última sessão da câmara de vereadores de Roca Sales (30 de outubro), Moura apresentou o propósito do grupo, e um projeto de captação de R$ 200 mil para equipar os voluntários e realizar treinamentos. O montante seria advindo do Pix Solidário, campanha organizada pelo governo municipal. A maioria dos parlamentares não foi a favor de destinar essa quantia dos valores arrecadados pela iniciativa, inclusive, foi sugerido criar uma campanha de arrecadação para essa finalidade.
Morador de Santa Cruz do Sul, o representante comercial tem experiência como socorrista e trabalhou no atendimento e resgate às vítimas da Boate Kiss, em Santa Maria, em 2013. Sobre a reação do projeto na casa legislativa, ele aponta que foi o uso do Pix Solidário que causou a resistência nos vereadores. “A maioria deles apoia o projeto, o município precisa desse serviço com urgência. A campanha do pix era uma forma de agilizar o processo, mas por questões políticas não recebemos”, comenta Moura.
Hoje, o município tem parceria com a Associação Mantenedora Corpo de Bombeiros da Região Alta do Vale do Taquari (Ambravat) e depende do serviço realizado pela corporação de Encantado. O grupo de voluntários em Roca Sales conta com 30 integrantes, entre bombeiros civis, condutores de ambulâncias e pessoas dispostas a passar pelo treinamento junto ao Corpo de Bombeiros Militar assim que o termo de cooperação entre Estado e município for assinado. “Com a assinatura vamos lançar edital para captar mais integrantes para a equipe que já está expressiva”, salienta Moura.
Quanto a como o projeto visa angariar recursos, o rosariense esclarece que existem várias formas de captação junto ao Judiciário. “As emendas parlamentares são uma opção. E alguns vereadores já nos procuraram para enviar emendas impositivas para 2024. Em questão de equipamentos e viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do RS destina esse material”, disse. Já foram solicitados junto ao governo do Estado uma ambulância, uma caminhonete e um caminhão, ainda sem previsão de chegar.
A ideia é nomear o quartel com o nome de Lincoln Henning, uma homenagem ao menino de 7 anos, uma das vítimas que morava na cidade.
