Igreja de São Valentim mantém arquitetura e história de fé viva em Ilópolis

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Igreja de São Valentim mantém arquitetura e história de fé viva em Ilópolis

Com quase 90 anos, templo no interior de Ilópolis foi construído com madeira. Preservação da arquitetura é um dos diferenciais do destino religioso

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Atualizado quarta-feira,
23 de Agosto de 2023 às 13:03

Igreja de São Valentim mantém arquitetura e história de fé viva em Ilópolis
Ilópolis

Comunidade pacata de Ilópolis, São Valentim mantém viva sua história e tradição através da igreja que leva o nome do padroeiro. O pequeno templo de madeira mantido com arquitetura original torna-se um verdadeiro patrimônio local.

Tesoureiro Antônio José Zatt compartilha a rica história por trás do singelo templo religioso. Conforme documentos mantidos na comunidade, a construção teve início em 1931, sendo finalizada em 1935.

Naquela época, 18 famílias locais uniram esforços, arrecadando recursos de seus associados para transformar o sonho da igreja em realidade. Um verdadeiro esforço coletivo que simboliza a força comunitária.

O padroeiro São Valentim não foi escolhido por acaso. A comunidade de Ilópolis foi fundada por pessoas que vieram de São Valentim, em Veranópolis. Em sua totalidade eram imigrantes italianos que trouxeram consigo a devoção ao santo na bagagem da Europa.

A peculiaridade desta igreja é a sua notável conservação. A capela mantém todas as características originais desde a conclusão há quase 90 anos. Houve apenas um restauro em sua pintura ao longo dos anos, mas todas as cores e detalhes originais foram preservados. Até mesmo a madeira e o mobiliário remontam à década de 30.

Dois altares foram construídos junto da inauguração do templo. Outro destaque é um altar dedicado a Nossa Senhora de Fátima, erguido em 1952, em cumprimento de uma promessa feita por um membro da comunidade que enfrentava uma doença grave. Esta promessa se tornou uma parte importante da história da igreja.

Outro diferencial da comunidade é a manutenção de um campanário de madeira construído cerca de 70 anos atrás. Numa época em que as pessoas não tinham relógios, o sino era tocado em dois momentos do dia para sinalizar a hora, mas a tradição foi interrompida em poucos anos pela falta de pessoas para realizar o serviço.

Atualmente, as badaladas anunciam celebrações religiosas e falecimentos.

A comunidade de São Valentim é composta por 19 famílias, um número modesto, mas capaz de manter a história preservada através da pujança comunitária. Em fevereiro, ocorre a tradicional missa em honra ao padroeiro.

“Para nós é um orgulho ter essa capela preservada. Ela foi construída em madeira. Poucas igrejas nesse estilo conseguem se manter em virtude da sua decomposição pelo tempo. A maioria foi substituída por templos de material com tijolo no caso”, ressalta Zatt. “A igreja é muito visitada por pessoas que querem relembrar como era no passado”, conclui.

A igreja de São Valentim é mais do que um edifício de madeira preservado ao longo do tempo. Se transformou no testemunho vivo da dedicação de uma comunidade em preservar sua fé.

O destino foi incluído pela administração municipal na rota turística do Vale Sagrado no Vale do Taquari. O projeto tramita na Assembleia Legislativa.

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