Enquanto se mantém as discussões sobre a privatização da Corsan, iniciam os primeiros desligamentos de servidores da antiga estatal. Dos 5,5 mil funcionários vinculados à empresa, 1.541 pediram para encerrar os contratos.
Um acordo firmado em junho garante estabilidade de 18 meses para os colaboradores. Os que optam pela saída, no entanto, podem trocar a estabilidade por uma indenização.
Na região, 15 municípios são abastecidos pela companhia. A maior parte deles faz parte da Superintendência Regional Nordeste, que atende a 54 cidades – neste grupo, foram 155 pedidos de demissão. Até o fechamento desta edição, a Corsan não confirmou quantos desligamentos foram consolidados em cada município.
Para a imprensa estadual, a presidente Samanta Takimi afirma que cerca de 500 foram aceitos ao longo de uma semana. Em nota, a empresa afirma que “cada caso está sendo estudado individualmente para que não haja prejuízo na operação”.
Os funcionários da Corsan no Vale do Taquari estão sob a cobertura da Regional Centro Oeste/Fronteira/Pampa do Sindiágua, com sede em Santa Maria. O diretor do sindicato, Rogério Ferraz, confirma que houveram demissões, mas não indica a quantidade e ressalta que elas não passaram pela entidade.
Queda na qualidade
Ferraz demonstra preocupação com as saídas de funcionários. Ele argumenta que uma eventual terceirização pode interferir na queda da qualidade dos serviços. Outro aspecto destacado pelo dirigente é o perfil de quem se desligou. “Em sua maioria, são pessoas que estão próximos da aposentadoria ou com outra situação de trabalho em vista”, acrescenta.
Foco na anulação
Após a aquisição da companhia pela Aegea, em dezembro do ano passado, o sindicato que representa a categoria, demonstrou contrariedade ao modelo do negócio e segue com foco principal nas tentativas de anular o leilão.
A expectativa está no encaminhamento da avaliação feita pela 1ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que se posiciona favorável ao cancelamento da venda. O processo está sob análise do conselheiro Renato Azeredo, que deve concluir o voto até o próximo dia 22.
Sobre o acordo
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) mediou o acordo entre sindicato, Corsan e Aegea, ainda em junho. A proposta de manter a estabilidade dos servidores por um ano e meio, além da garantia do pagamento de 50% do plano de saúde durante 36 meses foi aprovada em assembleia. Quem optar pelo desligamento, recebe os valores de rescisão, mais os valores dos meses restantes de contrato.