Sem recursos, gestores mantêm abrigo fechado

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Sem recursos, gestores mantêm abrigo fechado

Crianças alojadas na Amam foram realocadas em dezembro para outras instituições. Na câmara, o futuro da estrutura, construída em 2007, gera dúvidas

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Sem recursos, gestores mantêm abrigo fechado
Abrigo construído em 2007 foi fechado em dezembro de 2022 por decisão do Ministério Público. Sem recursos, gestão mantém o espaço fechado (Gabriel Santos)
Arroio do Meio

Passados nove meses do fechamento do abrigo da Associação dos Menores de Arroio do Meio (Amam), a comunidade ainda espera respostas quanto ao acolhimento de jovens e o futuro da estrutura que foi fechada em dezembro de 2022 após apontamentos do Ministério Público.

O tema voltou à tona na última quarta-feira, após a fala do vereador suplente Pedro da Silva (MDB). Silva, por quase 30 anos, foi servidor da secretaria de Planejamento demonstrou preocupação quanto ao futuro da estrutura, construída em meados de 2007 com recursos de seis municípios e emendas parlamentares. “Na época fizemos a desapropriação da área e o espaço ficou anexado a Amam”, destaca.

A sugestão é que a mesa diretora convoque ex-gestores e atuais diretores da associação para explicar e detalhar à comunidade o que será feito com a estrutura e qual o futuro do abrigo de menores.

De acordo com o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Roberto Heck, a direção da Amam será chamada no Legislativo para explicar o porquê as crianças não são mais atendidas e outros casos são atendidos em outros municípios. “É importante ter esse esclarecimento e deixar tudo o mais transparente possível”.

Em dezembro de 2022, menores atendidos na casa foram transferidos a outras instituições, outras foram devolvidas às famílias após uma investigação do Ministério Público que apontou irregularidades nos atendimentos.

Sem condições de oferecer o serviço, a decisão da gestão foi de fechar o espaço que desde 2005 era mantido em parceria público privada com o governo de Arroio do Meio e demais seis municípios da comarca. Ambas as gestões repassavam valores mensais para manutenção da estrutura e pagamento de equipe profissional formada por auxiliares de limpeza, monitores, assistente social e psicóloga.

No entendimento do Ministério Público, crianças abrigadas no local estavam desprotegidas e em situação de risco. Com isso foi determinado ao município que adolescentes fossem alojados em outros abrigos da região. Houve também a orientação para que repasses e convênios fossem suspensos com a entidade.

Espaço fechado

Juliane Duarte assumiu a presidência da Associação em janeiro de 2023. Em contato com a reportagem, afirmou que a atual gestão já assumiu o local sem crianças. “A Amam já estava sem crianças, por orientação da promotoria e da gestão anterior”.

Sobre o prédio, ela afirma que sem recursos, a estrutura segue fechada. “Sem crianças e sem recursos no serviço de acolhimento mantemos a estrutura fechada”.

Em 2022, o abrigo chegou a atender 22 crianças. Supostas irregularidades começaram a ser investigadas em setembro do mesmo ano, quando foi aberto um expediente de investigação. O desfecho foi a transferência de abrigados. Com isso, adolescentes atendidos em Arroio do Meio, foram e são realizados até hoje para outras cidades como Encantado e Venâncio Aires.

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