Audiência define pela separação nas tratativas entre sindicatos e Languiru

CRISE NA COOPERATIVA

Audiência define pela separação nas tratativas entre sindicatos e Languiru

Proposta da cooperativa não foi aceita pelos representantes de trabalhadores dos frigoríficos, enquanto condições foram validadas pelos três grupos do setor de comércio e serviços

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Audiência define pela separação nas tratativas entre sindicatos e Languiru
Rodada de negociações reuniu quatro sindicatos e representantes da Languiru na Justiça do Trabalho de Estrela (Foto: Jhon Willian Tedeschi)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A audiência de mediação onde a Languiru apresentou as condições para garantir o pagamento de rescisão dos funcionários resultou na divisão das negociações. O encontro ocorreu na tarde da sexta-feira, 16, na Justiça do Trabalho de Estrela, e reuniu quatro sindicatos e representantes da cooperativa. A mediação foi do desembargador Ricardo Martins Costa, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do RS.

Uma conversa prévia entre a cooperativa e os sindicatos do setor varejista alinhou uma base da negociação que foi levada ao mediador. A proposta era pelo pagamento das multas rescisórias de forma parcelada e que nenhuma das parcelas fosse inferior ao último salário líquido ou à média dos últimos 12 salários – indicado o maior valor.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (STIA) de Montenegro e região, que representa os funcionários do frigorífico de suínos de Poço das Antas, indicou desde o início a intenção de dividir a mediação. Após a explanação do advogado Gustavo Marques, ligado à Languiru, e que detalhou as condições e a situação da cooperativa, as conversas no auditório entre as partes davam a tônica de uma separação.

Por outro lado, os Sindicomerciários de Lajeado e Taquari/Teutônia, e o STIA de Estrela e região apresentaram ajustes à proposta inicial, os quais foram colocados em um novo instrumento. O documento deverá ser submetido aos associados dos sindicatos em novas assembleias.

Nas condições acordadas, trabalhadores com até R$ 3 mil de multa receberão o valor em apenas uma parcela e todas as rescisões serão assistidas pelos sindicatos. Caso haja inadimplência por parte da cooperativa, a rescisão deverá ser paga de uma só vez, com 20% a mais de multa. Além dessas, segue na proposta a permanência dos profissionais no plano de saúde.

Contentamento de uns…

Os sindicatos que entraram em acordo com a cooperativa saíram satisfeitos da audiência. O presidente do Sindicomerciários de Lajeado, Marco Daniel Rockenbach, avaliou que a negociação como foi feita “ajuda a viabilizar as rescisões”.

O líder sindical de Taquari/Teutônia, Vitor Espinoza, foi na mesma linha. “Buscamos um acordo sem prejuízo aos trabalhadores e que garanta o fluxo de caixa para os que seguem trabalhando”, afirmou.

O presidente do STIA de Estrela, Pedro Mallmann, reforçou que a cooperativa precisa ter condições para pagar os acordos. “Não adianta fazer um acordo e a cooperativa não conseguir cumprir. Tentamos construir em conjunto um acordo que menos prejudica os trabalhadores que serão atingidos.”

… questionamentos de outros

O STIA de Montenegro levou para a audiência o argumento do número de colaboradores afetados e da natureza do setor, sobretudo para a recolocação dos 580 profissionais envolvidos, para modificar o formato da negociação. “Temos uma outra base, com outro perfil de trabalho”, justificou o presidente Celestino Ribeiro Netto.

Com os novos ajustes a partir da negociação em separado, os trabalhadores do setor mantêm as bases do acordo com os demais sindicatos, e incluem o pagamento das Participações por Resultados (PPR) atrasados, uma cláusula que compromete um eventual comprador a assumir mão de obra local e o pagamento de uma cesta básica durante o parcelamento da rescisão.

O assunto será levado para assembleia do sindicato em até 10 dias, com uma nova audiência marcada para o dia 30 de junho, às 14h, novamente na Justiça do Trabalho de Estrela.

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