Rodovias da região valem R$ 1,4 bilhão, aponta estudo do Daer

TRÂNSITO

Rodovias da região valem R$ 1,4 bilhão, aponta estudo do Daer

Superintendência de Lajeado abrange mais de 700 quilômetros de estradas e quase 50 cidades. Parte delas recebeu investimentos nos últimos anos por meio do Avançar

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Rodovias da região valem R$ 1,4 bilhão, aponta estudo do Daer
Denominada a “Rota da Erva-mate”, a ERS-332 recebeu R$ 20 milhões em investimentos. Hoje, apresenta boas condições de trafegabilidade (Foto: Diogo Fedrizzi)

Levantamento inédito conduzido pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) aponta que as rodovias estaduais na região valem R$ 1,475 bilhão, em um total de 728 quilômetros de estradas. Os dados foram divulgados pela autarquia a partir de um estudo feito em cumprimento a uma portaria federal.
A contabilidade deste patrimônio servirá como referência para o planejamento em infraestrutura rodoviária do Rio Grande do Sul, além de atender regras de transparência e compromisso com os bens do Estado. Não estão inclusos trechos geridos pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) ou sob concessão privada – caso da RSC-287.

A malha rodoviária administrada pela 11ª Superintendência Regional, com sede em Lajeado, é a quinta com maior valor de patrimônio, atrás apenas das regiões de Passo Fundo, Bento Gonçalves, Santa Rosa e Osório. Além de estradas, o levantamento abrange obras de arte, como pontes, túneis e viadutos.
“A partir das informações coletadas, poderemos definir com mais segurança as ações e investimentos futuros pautados na preservação e ampliação deste patrimônio”, destacou o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, durante a apresentação dos números do estudo. Em nível estadual, os 10,3 mil quilômetros rodovias estão avaliados em R$ 21 bilhões.

Preservação do patrimônio

O trabalho de avaliação das rodovias teve a participação de uma comissão de técnicos, como economistas, engenheiros e advogados. Foi levado em consideração tudo o que compõe a malha viária destes trechos, como o tipo de pavimento, a espessura, a largura e as condições de infraestrutura, semelhante a uma avaliação de imóvel.

Engenheiro-chefe da Superintendência de Lajeado, Fabiano Pereira salienta que o estudo será importante no planejamento das ações da autarquia, visto que são mais de 700 quilômetros sob sua gestão. Lembra também que, além do Vale, atende estradas das regiões Carbonífera, Vale do Caí e Alto da Serra do Botucaraí.

“Temos um patrimônio a preservar. Não podemos deixar que ele seja degradado e perca o seu valor, que é considerável. Por isso esse plano é interessante, pois ajuda a planejar ações de recuperação e até de restauração das rodovias, a partir de se conhecer essa avaliação”, frisa.

Investimentos

O Daer chegou a contar com cerca de 375 funcionários no auge de sua atuação no Vale do Taquari, na década de 1970. Hoje, são apenas 28 servidores. Um número bem abaixo do que seria o necessário, conforme Oliveira. Porém, mesmo com a equipe reduzida, avalia que a superintendência tem entregado bons resultados.

“Conseguimos recuperar praticamente todos os trechos que apresentaram maiores defeitos. Fizemos um grande serviço de recuperação na ERS-332 e na ERS-129, por exemplo. Mas tem serviços a serem feitos nessas rodovias ainda, assim como na ERS-419, até Poço das Antas, e na Aleixo Rocha, no acesso a Taquari”, salienta.

Parte desses investimentos são feitos com recursos do programa Avançar, que já destinou cerca de R$ 60 milhões às rodovias estaduais do Vale do Taquari desde que foi lançado, em 2021. São duas etapas até o momento.

Plano de concessões

Prefeito de Doutor Ricardo, Alvaro Giacobbo salienta que as obras de recapeamento deram uma nova cara à ERS-332, que estava em situação crítica até o ano passado. Isso, segundo ele, impulsionou até mesmo o turismo na região alta do Vale, pois mais pessoas se encorajaram a encarar a estrada.

“Estava precária antes. Depois dessa reforma, dá para dizer que está ótima, com as roçadas em dia. Claro que já se percebe um desgaste em alguns pontos, mas vimos o resultado que isso deu. O movimento aumentou significativamente por aqui”, salienta o gestor, ao lembrar da importância da rodovia à economia local.

Por outro lado, Giacobbo entende que o futuro da rodovia não pode ser outro senão a concessão. Ele, junto de outros prefeitos, aguarda os desdobramentos para buscar a inclusão da 332 no pacote de estradas concedidas à iniciativa privada. “O Estado não tem condições de manter. Se não colocarmos, logo teremos problemas e vamos estar brigando e discutindo de novo”.

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