Conselho Tutelar registra aumento nos casos de abuso infantil

LAJEADO

Conselho Tutelar registra aumento nos casos de abuso infantil

Especialistas atribuem maior número de ocorrências como reflexo da pandemia, quando crianças deixaram de frequentar a escola. Mês conscientiza ao combate ao abuso e à exploração sexual

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Atualizado quinta-feira,
18 de Maio de 2023 às 06:36

Conselho Tutelar registra aumento nos casos de abuso infantil
Para marcar o Maio Laranja, o Conselho Tutelar recebe escolas nesta semana para ensinar sobre o semáforo do toque. Crédito: Bibiana Faleiro
Lajeado

Sem idade, localização ou classe social específica, o abuso pode ocorrer em qualquer residência. Desde o ano passado, o número de denúncias aumentou no Conselho Tutelar de Lajeado, tanto pelos novos casos quanto pela coragem das crianças e adolescentes de denunciar uma situação antiga. Nos quatro primeiros meses deste ano, o aumento foi de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

Nesta quinta-feira, 18, a data é dedicada ao combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes. O mês é conhecido como Maio Laranja, mas o trabalho das instituições como conselhos, Ministério Público e serviços de acolhimento é permanente, durante todos os dias do ano.
De acordo com a conselheira tutelar e coordenadora da unidade de Lajeado, Rejane Junqueira, durante a pandemia, o abusador ficou mais próximo das crianças, que não frequentavam a escola no período. Os reflexos disso aparecem hoje.

“Algumas crianças perguntam se o abuso ainda vale como um crime mesmo que tenha passado muito tempo. Sim, não tem data de prescrição”, destaca a profissional. Rejane ainda ressalta que, em muitos casos, a criança que sofreu abuso só vai contar na adolescência e os encaminhamentos serão tomados da mesma forma.

Ela acredita que por meio de palestras, notícias das mídias e educação nas escolas, as crianças estão mais seguras para falar sobre o assunto. Em muitas situações, a conselheira conta que o abusador ameaça a criança caso ela conte sobre o abuso para terceiros. Mesmo assim, há sinais que devem ser observados.

Entre eles, as mudanças de comportamentos em casa e na escola. “Ou não come, ou come demais. Fala menos quando falava muito. Ela muda as atitudes e essas mudanças os familiares percebem”. Por isso, a vigília dos pais é importante. “A criança não tem noção do abuso, ela acha que todas as crianças passam por isso, ainda não sabem o que é errado”, afirma Rejane.

Atenção dos pais

Em geral, o abusador é uma pessoa próxima da família. Essa realidade faz com que, muitas vezes, os responsáveis não acreditem nas crianças.
Nem sempre o abuso pode ser evitado pelas famílias, mas alguns cuidados podem ser tomados. O primeiro deles é analisar as pessoas que frequentam a casa onde a criança reside, como parceiros dos pais ou amigos, e nunca deixar o filho sozinho com algum estranho.

Além disso, conhecer os pais dos amigos da criança e só deixar dormir fora de casa se os familiares forem de confiança. Outro cuidado básico é ensinar o filho a nunca aceitar carona de um desconhecido.

Educação para prevenir

Para marcar a data, o Conselho Tutelar recebe escolas nesta semana para ensinar sobre o semáforo do toque, que mostra em quais partes do corpo a criança pode ser tocada ou não. Em qualquer caso de abuso, o conselho pode ser acionado por meio do telefone (51) 99865-7430.

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