Encantado representa 58% dos casos de dengue no RS

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Encantado representa 58% dos casos de dengue no RS

Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que dos 447 contágios confirmados da doença, 259 estão na cidade do Vale do Taquari. Nível de infestação pelo mosquito Aedes aegypti alcança 91,3% dos municípios gaúchos e Estrela concentra maior presença de larvas do RS

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Encantado representa 58% dos casos de dengue no RS
Agentes de saúde e de endemias se dividem entre fiscalização das residências e orientação (Foto: Divulgação/ Encantado)
Encantado
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Os relatórios da Vigilância Epidemiológica do Estado indicam que surto de dengue em Encantado é o maior do Rio Grande do Sul. Dos 454 municípios gaúchos com infestação pelo vetor da doença, a cidade da região soma 58% dos contágios.

Conforme painel de acompanhamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), atualizado às 17h30min de ontem, Encantado tinha 259 contaminações por dengue. No RS, o total é de 447. Frente ao quadro de emergência, uma série de medidas foi adotada.

A primeira ação foi criar um Comitê de Crise, com o propósito de alinhar as estratégias, em especial para o combate ao mosquito. O grupo conta com integrantes da Secretaria Municipal de Saúde, Centro de Operações Emergenciais (COE), técnicos de epidemia, vigilância sanitária, agentes de endemia, agentes comunitárias de saúde, técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e da 16a Coordenadoria Regional de Saúde (CRS).

Pelo acompanhamento, o pior mês de contaminação foi em fevereiro. Houve 225 casos confirmados, uma média de nove por dia. Neste início de março, há uma redução nos contágios, afirma a secretária de Saúde, Meio Ambiente e Assistência Social de Encantado, Clarissa da Rosa Pretto Scatola.

Em cinco dias, foram 25 novos casos. “Houve sim a redução de um mês para outro, mostrando que estamos no caminho certo. Não podemos parar, precisamos criar o hábito de eliminar os criadouros, faz parte do nosso dia a dia.”

Conforme a SES, os casos de dengue são notificados em todos os meses do ano, com aumento durante a sazonalidade da doença, a partir da segunda quinzena de novembro. Pelo acompanhamento do portal InfoDengue, mantido pela Fundação Getúlio Vargas e pela Fiocruz, a Região Sul do país é uma das principais áreas de atenção neste ano, tanto que o Ministério da Saúde aponta para um grande risco do país enfrentar uma epidemia de dengue.

Infestação em Estrela

Os resultados do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) indicam que a cada 100 residências, 14,4 estão infestadas pelo mosquito em Estrela.

Este número define o Índice de Infestação Predial (IIP). As amostras foram recolhidas entre 9 e 30 de janeiro, conforme orientação do Ministério da Saúde.

Conforme o governo estadual, 391 municípios fizeram a coleta de amostras. Destes, 130 tiveram índice igual ou superior a 1, o que os coloca em situação de alerta, e 10 com indicador igual ou maior a 4, o que aponta para risco de surto da doença.

A coordenadora da vigilância em saúde do município, Carmen Hentscke, reforça que o risco de uma alta nos registros de dengue é iminente. “Intensificamos as visitas para eliminar criadouros e orientar a comunidade para que peguem firme no combate ao mosquito. Essa é a ação mais eficaz para minimizar o problema nesse momento”, diz.

Em nota, a 16a CRS solicitou para Estrela e os municípios da região denominada “Vale da Luz” – Bom Retiro do Sul, Colinas, Fazenda Vilanova, Imigrante, Paverama, Poço das Antas, Taquari, Teutônia e Westfália – ampliem ações de combate ao vetor.

Estratégias de Encantado

Para tentar conter o surto, uma série de medidas foi adotada. Confira algumas:

Comitê de Crise formado por integrantes da Secretaria Municipal de Saúde, Centro de Operações Emergenciais (COE), técnicos de epidemia e vigilância sanitária, agentes de endemia, agentes comunitárias de saúde e técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e da 16a Coordenadoria Regional de Saúde;

Aumento na equipe de agentes de saúde e endemias. Hoje são 30 profissionais;

Em caso de dengue confirmado, o município bloqueia um raio de 150 metros da residência infestada;

Vistorias diárias das equipes da Saúde e da Vigilância Sanitária nos bairros mais infestados. Além de fiscalizar os imóveis, também orientam a população sobre como evitar os criadouros;

Fiscalização intensiva e, se necessário, autuação e multa.

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