Calor gera risco à saúde e altera rotinas

DIAS ESCALDANTES

Calor gera risco à saúde e altera rotinas

Bolha de calor influencia para altas temperaturas. Com presença do sol, termômetros de rua registraram ontem 42°C em Lajeado

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Atualizado terça-feira,
14 de Fevereiro de 2023 às 08:36

Calor gera risco à saúde e altera rotinas
Sob sol forte e baixa umidade do ar, trabalhadores demandam cuidados especiais. Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari

A região enfrenta uma sequência de dias com temperatura elevada. A combinação de fatores climáticos trouxe marcas acima dos 40°C em várias cidades gaúchas e países vizinhos. Com sol escaldante e baixa umidade do ar, aumentam os riscos à saúde.

Diante deste cenário, especialistas também indicam a perda de produtividade no trabalho. Para amenizar o desconforto térmico, a orientação é manter a constante hidratação e evitar exposição direta aos raios ultravioletas das 10h às 16h.

Segundo institutos de meteorologia, o pico dessa onda de calor foi superado ontem. Hoje, ainda são esperadas marcas máximas de 38°C para Lajeado, mas no decorrer da tarde a formação de áreas de instabilidade devem quebrar esse ciclo. Até então, um sistema de alta pressão impedia a aproximação de frentes frias e o resfriamento da atmosfera.

Antes da chuva, prevalece a sensação de abafamento. Para amenizar a exposição, empresas e serviços públicos fazem ajustes na rotina. Em Estrela, o governo municipal definiu turno único em três setores para reduzir a exposição dos funcionários ao sol. No segmento da construção civil, em alguns casos as construtoras priorizam o trabalho externo na parte da manhã.

Altas temperaturas

O material asfáltico chega à obra com temperatura média de 150°C. Aliado a isso, o calor ambiente desafia trabalhadores. Como medida para minimizar a exposição, empresas ampliaram a quantidade de intervalos e optaram por reforçar os serviços no turno da noite.

Essa tem sido uma prática habitual das terceirizadas da CCR ViaSul, que trabalham na duplicação e construção de faixas adicionais na BR-386. De acordo com o coordenador de engenharia Fábio Hirsch, cada função exige um tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI). “O trabalho em rodovias requer maior exposição e por isso exigimos das contratadas que sigam a risca as regras de saúde e segurança.”

Hirsch observa ainda que antes de cada jornada de trabalho os colaboradores são reunidos e orientados “Nesta época de extremo calor um dos fatores elencados é a necessidade de frequente hidratação. Também há vários pontos de apoio com sombra para descanso e refeições.”

Desgaste físico e mental

Mesmo com os devidos cuidados, as altas temperaturas e prolongada exposição ao sol comprometem a produtividade. De acordo com o engenheiro de Segurança do Trabalho, José Roberto Heberle, há o desgaste físico e mental. “Se não houver o devido cuidado, o trabalhador pode sofrer com desidratação e ter outras reações do organismo.”

Entre as recomendações básicas estão o uso de roupa longa, filtro solar e proteção de cabeça (capacete, boné ou chapéu). “A NR-21 detalha esses aspectos do que é essencial para quem trabalha a céu aberto. Para evitar maiores danos, o indicado é manter o consumo frequente de água e intercalar o tempo de exposição ao sol.

Venda de água duplica

O calor excessivo também aumenta a demanda por água mineral. Empresa que atua no segmento faz 12 anos em Lajeado percebe neste período os pedidos mais que dobraram. De acordo com a empresária Jaqueline Veronese, nesta semana de altas temperaturas a venda chega a 200 bombonas por dia.

“Nas demais épocas do ano a comercialização diária fica na faixa de 100 galões. Agora preciso inclusive ampliar a equipe para dar conta”, observa Jaqueline. Para quem trabalha no comércio de produtos sazonais o período de altas temperaturas favorece.

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