Negócios precisam se conectar  ao desenvolvimento sustentável

VIVER CIDADES

Negócios precisam se conectar ao desenvolvimento sustentável

Painel do projeto “Viver Cidades” debateu importância de integrar a atividade econômica com os cuidados do meio ambiente. Engajamento da sociedade é fundamental no processo

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Negócios precisam se conectar  ao desenvolvimento sustentável
Primeiro painel de 2023 do “Viver Cidades” abordou pontos relacionados ao desenvolvimento sustentável. Crédito: Mateus Souza
Lajeado

Aliar desenvolvimento e meio ambiente é mais do que um desafio constante na sociedade contemporânea. Se mostra essencial para as gerações futuras. Por isso, cada vez mais, os novos empreendimentos buscam adotar e implementar mecanismos para minimizar ou eliminar os danos aos recursos naturais.

A abordagem sobre a sustentabilidade aliada ao desenvolvimento predominou na primeira edição de 2023 do painel “Viver Cidades”, projeto do Grupo A Hora que visa estimular ações para mudar a realidade ambiental do Vale do Taquari. O debate teve como convidados o proprietário da DNW Construtora, Marcos Nesello, e o oceanógrafo e diretor da Geoambiental, Marcelo Christ.

Para empresas com larga atuação no mercado, as transformações ao longo dos anos é evidente. O perfil dos empreendedores também mudou, conforme Christ. “Existe todo um termo de referência a ser seguido por empreendimentos novos. É preciso esse passo a passo, pois fica mais fácil desenvolver aquela empresa”, pontua.

Por outro lado, destaca que é preciso analisar cada caso, adaptando a legislação ambiental às condições da empresa. “Tem que entender qual o objetivo, se é apenas de cumprir a legislação ou se realmente é para fazer licenciamento para proteção e melhoria da condição ambiental. A atividade tem que operar de forma adaptável a legislação ambiental”.

Exigências dos clientes

No mercado da construção civil, onde a DNW atua, Nesello comenta que muitos clientes já levam em consideração as práticas sustentáveis ao adquirir um imóvel. A própria empresa também tem esse olhar, segundo ele, pois é um apelo do mercado. Cita o exemplo de um empreendimento em construção no bairro Florestal.

“A geração jovem que está aí é mais assertiva e preocupada com isso. No Altos da XV, tivemos a preocupação de trabalhá-lo de forma sustentável desde o tapume da obra. E, no local, temos os potes com plantas e hortaliças, onde as pessoas podem pegar e levar para casa. Eu gosto do cliente exigente, pois ele está preocupado com os detalhes”, afirma.

Papel das empresas

Formado em oceanografia, Christ é um dos sócios da Geoambiental, empresa com três décadas de experiência no mercado. No início, a atuação era mais voltada na parte de mineração. Depois, se expandiu para outras áreas e agregou novos clientes.

“São várias coisas que foram ao longo do tempo se adaptando. E sempre fomos muito parceiros dos nossos clientes na questão de como fazer o licenciamento ambiental para não torná-lo tão oneroso”, destaca Christ. A empresa hoje conta com cerca de 40 colaboradores e atua nos três estados do Sul do Brasil.

Já Nesello lembra que a DNW é fruto de três sócios que juntaram suas expertises para trazer uma nova forma de abordar a construção civil em Lajeado. Arquiteto por formação, ele atua há mais de 30 anos, sempre com foco na sustentabilidade. “É algo que começa desde o terreno. O profissional que inicia o projeto precisa estudar o terreno, as cotas, e como aproveitar melhor os desníveis para ter uma intervenção ali. Sempre tivemos a preocupação do trabalho em equipe”, exemplifica.

Marco do saneamento

Questionados sobre o marco legal do saneamento, os dois concordam se tratar de uma medida que busca resolver problemas históricos. “Dez anos se passa muito rápido. Mas hoje temos empresas se movimentando e se habilitando para construir estações de tratamento. São evoluções. Tem que abraçar essa causa, pois falamos de saúde pública”, frisa Christ.

Nesello entende que houve um despertar da consciência nas pessoas sobre a sustentabilidade e que é preciso união de esforços para alcançar resultados significativos. “Não existe solução que virá de cima para baixo. É uma construção nossa, da sociedade organizada e dos órgãos públicos. Lajeado, por questões do passado, ficou para trás nisso. É algo que terá de ser enfrentado”.

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