“Quase perdi as contas de  quantos troféus conquistei”

ABRE ASPAS

“Quase perdi as contas de quantos troféus conquistei”

Allan Coutinho é um prodígio. Morador de Lajeado, de apenas 14 anos, já acumula mais de 700 troféus em competições de tiro de laço. Ele é um dos favoritos entre os cerca de 400 competidores que estão em Estrela para a 26ª Festa Campeira do CTG Estrela do Rio Grande.

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“Quase perdi as contas de  quantos troféus conquistei”
Crédito: Marcelo Grisa
Estrela

Como você começou no tiro de laço?

Foi natural. Com dois anos e oito meses de idade eu já ganhei meu primeiro troféu em vaca parada. Desde pequeno tive o incentivo da família, então foi possível seguir. Em 2021 que eu comecei a me destacar, ganhando duelos grandes, e de lá disparei. Eu quase perdi as contas de quantos troféus conquistei nesse tempo, mas o pai conta mais de 700.

Como é a vida de viajar de rodeio em rodeio?

É algo que permite fazer muitas amizades. O rodeio aqui no Vale do Taquari eu conheço todo mundo. Mas melhor ainda é quando eu saio para fora do estado, que daí você, por não conhecer ninguém, já faz mais contato, se obriga, pra não ficar sozinho. Já fui para cinco outros estados: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

No que ajuda estar com a família nesses momentos?

É interessante ter eles ao meu lado. Desde pequeno a minha família fazia o que precisava para me apoiar. Comprar laço, roupa, tudo. Às vezes não tinham dinheiro pra levar a gente pra um rodeio ou outro, mas sempre dava-se um jeito. Teve dia também que eu não tinha nem tempo de parar para comer, e ter uma equipe em volta é muito importante nessas horas, quando tem que laçar catorze, quem sabe até dezesseis horas em um dia. Já estive em competições com mais de cem armadas, aí não tem como fazer isso tudo sozinho.

E quando a família não pode ir por algum motivo, como é?

Pelo menos a gente precisa de um amigo junto. Alguém para limpar o laço entre uma armada e outra, fazer o lanche quando é mais corrido. Nessas horas, qualquer amigo é uma família que tu tem.

Qual é a preparação para as competições?

Depende muito da prova. Para as maiores, eu preciso concentrar bastante. Eu já tive ajuda do meu pai para fazer um treino mental, coisa de 17 dias. Tem que ter muito foco. O corpo também precisa estar bem, para, por exemplo, laçar muitas vezes em um dia. Em março, tem um evento em Parobé com 200 armadas, coisa que não sei se já teve no Brasil. Mas o psicológico, esse tem que ser forte.

Como você se sente quando está em cima do cavalo e vai competir?

O tiro de laço é natural, é uma brincadeira. Eu comecei assim, bem pequeno, como uma brincadeira mesmo. É também uma coisa de equipe. O tiro de laço é o laçador e o cavalo. Então eu tenho a sorte de poder fazer isso. Ajuda também ter a uma mãe e uma tia veterinárias, que podem ajudar o cavalo a estar bem, em forma, para eu poder fazer isso com alegria, com tranquilidade.

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