Preço do GNV sobe R$ 0,77

Economia

Preço do GNV sobe R$ 0,77

Reajuste supera 15% e metro cúbico passa a custar R$ 5,66 nos dois postos da região. Novo valor coloca em dúvida relação custo-benefício do combustível

Preço do GNV sobe R$ 0,77
Foto: Felipe Neitzke/Arquivo A Hora

O consumidor passa a pagar mais caro ao abastecer com Gás Natural Veicular (GNV). A alta anunciada semana passada chegou nas bombas e encarece em R$ 0,77 o combustível. Esse reajuste coloca à prova a competitividade frente ao uso da gasolina. Especialistas do setor avaliam que ainda compensa o uso do gás devido ao maior rendimento.

A alta no preço do metro cúbico ocorre após ajuste de preço da molécula de gás na Petrobras. O percentual apresentado foi de 50%. Em todo o país há movimentos contrários ao reajuste. De acordo com o vice-presidente Firjan e presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa), Celso Mattos, vários estados entraram na Justiça contra o aumento.

No RS, Sulgás repassou 27,99%. Esse ajuste de preço recebeu autorização da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs). Na composição final do preço, o percentual repassado ao consumidor chega a 15,75%. O combustível antes vendido a R$ 4,89 agora é comercializado por R$ 5,66/m³.

Em nota, a companhia esclarece que o reajuste decorre dos altos preços no mercado internacional, da variação cambial e das novas condições comerciais apresentadas pela Petrobras no fim de 2021. Ainda segundo Sulgás, este é o primeiro reajuste desde agosto do ano passado. Além do GNV, demais tarifas do gás natural encanado sofreram aumento, que varia de 10,69% a 31,57%.

O acréscimo de R$ 0,77 no GNV foi definido com base na reposição do custo da molécula de gás natural e outras tarifas, como é o caso do ICMS e margem dos postos. Segundo a agência reguladora, a alta foi autorizada diante de análises técnicas, econômicas e jurídicas dos contratos fornecidos.

Custo-benefício

O aumento de preço faz motoristas desistirem de abastecer com GNV. É o caso do autônomo Hugo Schulte, que não instalou o kit quando fez a troca de veículo. “Se for colocar na ponta do lápis, o custo do equipamento, vistoria anual, troca do cilindro e aumento com manutenção, não compensa”, avalia.

Conforme Schulte, profissional que atende via plataformas digitais desde 2017, os novos automóveis estão cada vez mais modernos e com maior autonomia. “Hoje um carro faz na cidade em média 14 quilômetros por litro de gasolina. É um bom desempenho. Sem considerar que, quando o sistema GNV foi lançado, a diferença de preço superava 50%.”

Aumento da demanda

Levantamento publicado em 2019 mostrou que a instalação de kits GNV cresceu uma média de 74% em dez anos. Conforme dados, na região mais de 2 mil motoristas optam pelo combustível. Dois postos, um em Lajeado e outro em Estrela, disponibilizam o gás veicular.

Para mecânicos que atuam no ramo, o combustível é uma tendência mundial e representa maior autonomia. Como alternativa em tempos de gasolina acima de R$ 7 o litro, a instalação de kits GNV teve alta expressiva. Conforme o proprietário de oficina especializada, Alexandro Soster, o investimento médio é de R$ 4,5 mil. “Além da diferença no valor comparado com a gasolina, o GNV rende mais. Dependendo do uso, em um ano, ou menos, se paga o custo da instalação”.

“Compensa para quem usa bastante”

Adriana Medeiros é motorista e roda em média 5 mil quilômetros por mês. Desde a oferta do GNV em Lajeado, há 18 anos, abastece com gás. “Vale a pena continuar para quem já tem o kit instalado e faz o uso frequente do carro. Por mais que esteja próximo do preço da gasolina, compensa pela autonomia”, observa.

Segundo especialistas, o GNV possui uma eficiência superior a 40% e representa economia quando utilizado em veículos que rodam mais de 2 mil quilômetros ao mês. Hoje, os principais clientes são motoristas autônomos, taxistas e para uso em frotas.


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