Entidades  reagem à sequência de reajustes nos combustíveis

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Entidades reagem à sequência de reajustes nos combustíveis

Repasse no valor dos fretes e congelamento do ICMS pautam manifestações

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Entidades  reagem à sequência de reajustes nos combustíveis
(Foto: Felipe Neitzke)
Vale do Taquari

Os constantes reajustes no preço do óleo diesel, que chegam a 65% nas refinarias apenas neste ano, levaram o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) e demais entidades do setor a emitirem um posicionamento. Em nota, citaram que a único caminho possível para a manutenção da saúde financeira das empresas é o imediato repasse para o valor dos fretes.

De acordo com o presidente do Setcergs, Sérgio Gabardo, a continuidade do transporte de cargas é considerada inviável se o prejuízo seguir maior que a arrecadação.

Além do próprio combustível, a escalada dos preços foi também percebida nos equipamentos e insumos necessários, tais como caminhões, implementos, pneus, câmaras de ar e lubrificantes.

Nesse sentido, a compreensão é de que somente tarifas condizentes com lucros pressupostos será possível garantir o abastecimento dos produtos em todo o Brasil. Sobre o diesel, a Setcergs reforça que representa a metade dos gastos.
A entidade entende ser fundamental a adoção de políticas capazes de conter a alta carga tributária, de maneira estrutural. A principal trata do congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o preço médio do diesel por no mínimo três meses.

ICMS

Em meio à manifestação, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), formado por integrantes do governo e representantes de todos os estados, aprovou essa medida em reunião nessa sexta-feira, 29. Assim, a suspensão inicia no dia 1° de novembro e vai até o 31 de janeiro de 2022.

O valor final do ICMS é calculado a cada 15 dias com base no “preço médio ponderado ao consumidor final”. Apesar disso, a decisão não deve impedir que eventuais reajustes anunciados pela Petrobras nas refinarias sejam repassados aos preços dos combustíveis na bomba. Apenas atenuar. A alta do dólar e o petróleo são os principais influenciadores do atual cenário.

Em entrevista ao A Hora publicada na edição de 26 de outubro, o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Áqua, havia defendido essa alternativa. Segundo ele, a ação é paliativa e capaz de estabilizar o sistema.

Repercussão

Na visão do administrador da Scala Transportes e Logística, de Lajeado, Valmor Scapini, os recentes movimentos impactaram de forma direta na elevação dos custos com transporte e operações gerais. Segundo ele, o descasamento é crescente e a situação fugiu do controle, de maneira “perigosa”. Por isso, é fundamental que haja uma atualização da tabela de tarifas.

Caso contrário, a própria sustentabilidade das empresas no futuro será prejudicada. Para o profissional, o anúncio do congelamento do ICMS é um “bom aceno” do Estado aos transportadores.

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