“Sou o responsável por fazer a obra andar”

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“Sou o responsável por fazer a obra andar”

Natural de Boqueirão do Leão, Márcio José de Moraes, 42, trabalha há duas décadas na construção civil. Ingressou em uma construtora de Lajeado e, depois de atuar como servente e pedreiro, se tornou mestre de obras. Hoje, comanda uma equipe de quase 30 pessoas numa obra do Centro.

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“Sou o responsável por fazer a obra andar”
Lajeado

Quando você iniciou na construção civil?
Cheguei em Lajeado no ano de 2000. Atuei em algumas empresas da cidade e depois iniciei na Diamond, como servente. Na época era bem mais difícil de se conseguir emprego na área. Fiquei em torno de 7 meses, passei a pegar a manha dos tijolos, do reboco, e evoluí. Passei a atuar como pedreiro e fui adquirindo mais experiência. Há dez anos estou como mestre de obras.

Como é a tua rotina dentro da obra?
Sou o primeiro a chegar, por volta das 6h. Aos poucos, começa a chegar o pessoal e o início dos trabalhos é as 7h. Tenho na cabeça todos os lugares para onde vou destinar os trabalhadores, mas podem ocorrer algumas mudanças. Sou o responsável por fazer a obra andar, ver onde é necessário o serviço ficar pronto antes. Estamos hoje com 28 funcionários aqui. No auge, chegamos a ter próximo de 50 pessoas atuando, com a turma do reboco.

Em quantas obras de prédios já trabalhou até hoje?
Não sei o número exato, mas foram em torno de 10. A primeira foi de um prédio construído próximo ao Parque dos Dick. A cada dois anos, entregamos um novo.

E qual a maior obra em que atuou?
Em área construída, é este de hoje, no Centro de Lajeado. São 12 mil metros quadrados e 20 andares, um dos maiores prédios da cidade.

O que mudou na construção civil desde que você ingressou na área?
Muito da parte braçal mudou. Quando comecei a trabalhar em obras, descarregar carreta de cimentos ou de tijolo eram tudo no braço. Hoje em dia é paletizado, tudo com munck. A questão da pintura também evoluiu. É tudo com máquinas, praticamente. bastante Nessa parte, mudou 100%. Claro que outras coisas não mudam. Mas ocorreram muitas transformações nesse período.

E as maiores dificuldades que o setor enfrenta hoje, quais são?
Com a pandemia, há dois fatores cruciais atualmente: um deles é a dificuldade para encontrar mão de obra qualificada. Este é o principal. Precisamos de bons profissionais e nem sempre encontramos. Aí se tu tem apenas um pedreiro, a exigência fica ainda maior. E há o atraso na entrega de matérias-primas fundamentais. Alguns materiais levam até 90 dias para chegar.

Qual o sentimento em trabalhar num setor que tanto contribui à economia local?
É muito gratificante. Hoje não me vejo atuando em outra área. Minha intenção é seguir na construção civil. É legal entregar uma obra, ver o cliente chegar, receber as chaves e depois receber o elogio, de que está tudo certo, que o serviço foi bom. E fico contente em ver empregos gerados e trabalhadores colocando comida na mesa de muitas famílias. Também tenho atuação no sindicato da categoria, como diretor, e estamos sempre buscando melhorias para os trabalhadores.

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