Nova greve no radar dos caminhoneiros

POLÍTICA

Nova greve no radar dos caminhoneiros

Paralisação é cogitada devido ao custo do frete e aumento constante dos combustíveis

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Nova greve no radar dos caminhoneiros
(Foto: Filipe Faleiro)

Caminhoneiros avaliam uma paralisação a partir do dia 1° de novembro, caso reivindicações da categoria não sejam atendidas pelo Governo. Entre elas, a redução no preço dos combustíveis, em especial o diesel, e o cumprimento da tabela do frete. Essa definição ocorreu no último sábado, 16, no Rio de Janeiro. A princípio, a intenção não conta com o apoio da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM).

Transportador de Estrela, Kiko Kalsing avalia que uma adesão é improvável no Vale. “Acredito que não teremos nada. Quem não aguenta mais, vai parar por conta própria. Afinal, trabalhar está bastante difícil”, avalia. Segundo ele, um acordo firmado na greve de 2018 previa que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mudaria o piso do frete a cada alta de 10% no diesel ante a tabela anterior. Na prática, isso não ocorre.

Apesar disso, o maior problema seria o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que incide nos combustíveis. Kalsing acredita que os governos estaduais são os principais responsáveis pela atual situação. Assim, se a manifestação for direcionada aos executivos regionais, o panorama pode ser diferente.

Cenário difícil

De acordo com diretor-secretário da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul), Diego Tomasi, a greve ainda está no campo das especulações, mas é possível em função do cenário instável no país. “É um dos momentos mais desafiadores da história do setor de transportes, ainda mais se levarmos em conta que a nossa economia é muito dependente das estradas. Os custos do óleo diesel e do pneu encareceram. Então, as empresas se veem obrigadas a reduzir os gastos, encontrar soluções para manter as atividades”, afirma.

Tomasi reforça que apenas os caminhoneiros autônomos podem fazer greve. Já as empresas sempre serão contrárias porque possuem o compromisso de manter as operações para abastecer a população. Além disso, a conversa sempre vai ser o melhor caminho. Conforme o dirigente, as responsabilidades pelo atendimento são assumidas mediante a garantia de segurança nas rodovias.

Diálogo

Presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, o deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS) afirma que a intenção é “auxiliar nos diálogos entre governo e integrantes a fim de atender as demandas e amenizar a situação”. Segundo ele, a política de preços dos derivados do petróleo está baseada em “critérios antieconômicos e que, se mantida, levará o país ao colapso e a miséria”.

Diante disso, foram enviados ofícios ao Planalto, Congresso e Petrobras. Neles, constam a insatisfação dos caminhoneiros e defesa da legitimidade do movimento. Por outro lado, são solicitadas providências para que impedir a greve.

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