Uma forma de dar dinâmica à economia, gerar empregos e auxiliar na retomada produtiva do país. É desta forma que o presidente do Sinduscom-VT, José Zagonel, define a importância da construção civil.
Na semana em que as novas políticas de juros da Caixa para habitação entram em vigor, Zagonel afirma que setor começa a se estabilizar após meses de alta nos preços dos insumos e materiais para os canteiros de obras.
De acordo com ele, empresas tem imóveis em estoque e não repassaram ao consumidor a elevação nos custos de produção. Justo neste cenário, o acesso ao crédito habitacional fica mais barato para quem optar pelo financiamento atrelado à poupança.
Uma queda de 0,4 ponto percentual. De acordo com o anúncio, é possível contratar financiamento pela modalidade com juros a partir de 2,95% ao ano, somadas à remuneração da caderneta. A medida faz parte das mudanças confirmadas no mês passado, dentro do programa Casa Verde e Amarela.
Além da redução das alíquotas, o governo federal aumentou o teto do valor dos imóveis considerados habitação popular e no número de famílias aptas às menores taxas de juros do programa. Todas as famílias com renda de até R$ 2 mil poderão contratar crédito pela mesma taxa.
“Não foram repassados os aumentos abusivos dos materiais de construção”
A Caixa reduz o juros para o financiamento imobiliário. Um movimento contrário ao visto em outras liberações de crédito. Como isso interfere às construtoras?
José Zagonel – Beneficia todo o setor imobiliário. As construtoras dependem de financiamento habitacional para fechar negócios. Embora seja uma redução pequena, é um incentivo. Sem dúvida, vem em uma boa hora. Agora esperamos que a Selic também caia, para termos condições de financiamento ainda melhores.
Hoje, a poupança paga 70% da taxa selic, mais ou menos. Com a estabilização da economia, volta das atividades produtivas a patamares anteriores a pandemia, estabilização no preço dos materiais de construção, tudo facilitará a atividade das construtoras.
Como está o mercado de imóveis no momento? O momento é propício para compra ou não?
Zagonel – Estamos em um cenário oportuno para a compra de imóveis. Não foram repassados os aumentos abusivos dos materiais de construção. Para quem compra, é muito favorável. Junto com isso, as empresas estão com estoque, então é possível fazer bons negócios.
Nos próximos meses, acredito que o preço base da construção terá mais equilíbrio. E as empresas farão readequações. Mas dentro de patamares viáveis. É o que esperamos e temos confiança de que vai ocorrer.
Como a Construção Civil contribui à economia da região?
Zagonel – A construção tem uma participação significativa no PIB da região. É uma atividade muito forte, em especial Lajeado. Dentro disso, se trata de uma atividade que emprega muito e movimenta a economia. Para se ter uma ideia, a construção de uma casa interfere sobre 97 setores produtivos. A construção civil é a que mais rápido impacta na economia.
Em menos de 30 dias, da aprovação de um projeto ao início da obra, se tem maquinário, mão de obra, compra de materiais de construção, com movimentação econômica em vários segmentos.
Outro ponto importante é sobre os empregos. São vários níveis, servente, pintor, mestre de obra, engenheiros, arquitetos e tantos outros. É um setor diversificado, com muitas oportunidades. Todas as empresas necessitam de bons trabalhadores. Temos dificuldade em conseguir um servente. Então, o pedreiro, um bom mestre de obras, conseguem espaço com facilidade no mercado de trabalho.
