“A sociedade deve mudar a visão tradicional de que gurias ganham boneca”

ABRE ASPAS

“A sociedade deve mudar a visão tradicional de que gurias ganham boneca”

Apaixonada pelo esporte amador, a auxiliar administrativa Daniela Rohr, 27, é uma das idealizadoras do Lunáticas, equipe de futsal amadora de Arroio do Meio

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Atualizado terça-feira,
19 de Outubro de 2021 às 13:35

“A sociedade deve mudar a visão tradicional de que gurias ganham boneca”
Vale do Taquari

Por que você optou pelo futebol e como se apaixonou por ele?

Sempre fui muito agitada e o esporte acabou se tornando uma válvula de escape. Me identifiquei mais com o futebol/futsal, que demanda muita energia. Ainda, cresci vendo meu pai disputando campeonatos e torneios amadores, acompanhei na maior parte da minha infância, penso que a maior influência veio dele.

Como avalia o crescimento do futebol feminino? As barreiras do machismo estão sendo ultrapassadas?

Minha percepção é de que houve uma evolução considerável na prática da modalidade pelas mulheres, em comparação com algum tempo atrás. Meninas que queiram praticá-lo por hobby ou por sonho vêm tendo mais opções, mas infelizmente ainda se deparam com alguns comentários machistas. Nesse ponto creio que a sociedade ainda precisa de evolução e isto não acontece de uma hora para outra.

Como fazer para difundir ainda mais o esporte?

Embora sejamos considerados o país do futebol, percebe-se que há nações onde o esporte na modalidade feminina é bem mais difuso e tradicional, no nosso caso, acho que a mídia tem um papel fundamental nisso, deve valorizar e buscar transmitir os jogos, isso trará patrocinadores que buscarão nos times visibilidade para sua marca e consequentemente o desenvolvimento da prática.

O que falta para o futebol feminino ser mais reconhecido e elevar a profissionalização das atletas e da categoria como um todo?

Em minha opinião tudo começa base, a família deve ser sempre a maior incentivadora, em seguida, a sociedade deve mudar a visão tradicional de que gurias ganham boneca e meninos uma bola. A nível nacional creio que ainda falte estrutura para as meninas que desejam praticar o futebol/futsal, muitas acabam treinando em escolinhas para meninos. Quase não há uma base específica para meninas, este é um erro do passado que está tendo impacto agora, mas estamos em tempo de corrigi-lo para que o futebol feminino tenha as mesmas condições e qualidade que o masculino.

Qual foi a situação mais marcante que vivenciou no futebol feminino?

Nos últimos meses, o time que integro participou de um torneio, fiquei muito surpresa e feliz com a quantidade de times inscritos. Também chama atenção o número crescente de mulheres que tem o interesse de integrar o time quando há vagas. Isto não deixa de ser um indicador de que a modalidade no Vale, embora ainda tenha muitos desafios pela frente, está mais difusa e desperta o interesse das mulheres em praticá-la.

Qual é o teu maior sonho no esporte?

Como admiradora de futebol, meu maior sonho seria de que todas as meninas que gostem da modalidade tenham a oportunidade de ter a estrutura ideal para treino, e também ter por perto alguém que as apoie, ajude a aprimorar tecnicamente e emocionalmente para assim terem condições de irem atrás de seu sonho se assim for.

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