Reatividade: escolha ou impulso?

Opinião

Caroline Lima Silva

Caroline Lima Silva

Assuntos e temas do cotidiano

Reatividade: escolha ou impulso?

Por

Vale do Taquari

A gestão das emoções é um tema que desperta muito interesse a quem procura se conhecer e viver melhor. Neste sentido, a reatividade emocional pode aparecer como o ponto cego dessa busca, pois acaba por ser a vilã de todo o processo. Do ponto de vista psicológico, a reatividade consiste numa ação involuntária excessiva a um estímulo externo. Nós a experimentamos quando alguém nos desperta certa contrariedade, levando-nos a reagir simplesmente de forma descomedida e impulsiva com relação aos outros, como um ataque.

Consiste numa atitude não consciente, manifestada como uma explosão impulsiva, automática, irracional e defensiva, em função do medo. E isso é mais comum de acontecer do que podemos imaginar, pois a maioria das pessoas não tem a intimidade emocional suficientemente bem desenvolvida para escolher como agir nos variados momentos da vida. Acabam por serem vítimas de seus próprios atos e vinculam sua afetividade à reatividade, empobrecendo seu repertório emocional.

De outro modo, as emoções têm uma influência moduladora nos estados afetivos e cognitivos, atuando em um nível anterior ao processamento cognitivo de informação. Elas acabam por não pertencerem a um processo tão sofisticado quanto o juízo crítico e a tomada de decisões, porque precisam de sentido para serem incorporadas de uma forma estruturada pelo psiquismo. Assim, pessoas machucadas emocionalmente acabam por estarem sempre em estado de alerta, projetando suas dores nos outros ao menor sinal de contrariedade, numa tentativa, não consciente, de evitarem a repetição da situação passada vivenciada.

Vemos muitos exemplos no cotidiano de reações enormes, disparadas por um estímulo pequeno, que poderia ser resolvido de uma maneira assertiva, consciente e proporcional.

Assim, uma das grandes prioridades do nosso século é o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e da inteligência interpessoal nas relações humanas. Essa é uma necessidade não apenas para o autoconhecimento do indivíduo, mas uma tendência do mercado de trabalho no reconhecimento não apenas técnico, mas também humano. Precisamos assumir a responsabilidade que nos cabe como seres em evolução constante e, nesse sentido, a humildade de prestar atenção no enorme impacto que os aspectos emocionais causam na vida é uma prerrogativa para se estar em sociedade. Dessa forma, ajudaremos a construir um mundo com mais diálogo, escuta, empatia e cooperação, através da nossa própria cura.

Acompanhe
nossas
redes sociais