Entidades organizam manifesto contra restrições

Comércio fechado

Entidades organizam manifesto contra restrições

Reunião na tarde desta quarta-feira servirá para instituir posição da CDL, Sindilojas e Acil quanto ao formato do decreto estadual para as regiões em bandeira preta

Entidades organizam manifesto contra restrições
Restrições ao funcionamento dos estabelecimentos considerados não essenciais começou a valer no sábado passado e se estendem até domingo. Há chance dessa medida estadual ser prorrogada por mais uma semana (Foto: Filipe Faleiro)
Vale do Taquari

As diferenças do que é considerado essencial pelo decreto de distanciamento social imposto pelo governo do Estado desagradam parte dos lojistas. Para formar uma posição oficial em defesa de mais equidade sobre as restrições de funcionamento, a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindilojas elaboram uma posição conjunta.

O assunto será debatido em reunião nesta quarta-feira, 3, a partir das 14h, na sede da CDL Lajeado. “Quando se falou que precisaríamos fechar, pensamos que teríamos mais abrangência. No entanto, vimos que só alguns ramos de atuação foram prejudicados”, diz o presidente do Sindilojas, Francisco Weimer.

Para ele, as mais prejudicadas são as lojas de móveis, roupas, calçados e bazar. “É só caminhar pelo centro. Óticas estão abertas, lojas de celular, supermercado e farmácias. Não houve uma diminuição considerável no movimento”, acredita.

Como as restrições também impedem a abertura para os segmentos não essenciais receberem clientes para o pagamento de crediários, Weimer questiona: “como será para pagar os salários na sexta-feira?”, a partir dessa pergunta, complementa: “em abril passado, foi garantido o funcionamento para pelo menos receber. Isso deveria ser revisto.”

As restrições nas localidades em bandeira preta começaram a valer no sábado passado e se estendem até o fim desta semana. A continuidade das medidas dependem da nova rodagem do distanciamento controlado, que ocorre na tarde de sexta-feira.

Mais autonomia

O presidente da Acil, Cristian Bergesch, considera que é preciso retornar com o modelo de cogestão. Na avaliação dele, são as autoridades locais e regionais que detém mais conhecimento sobre a realidade local.

“Defendemos mais autonomia dos municípios. Uma decisão central é antidemocrática. Em Lajeado, por exemplo, estamos com o hospital lotado. Possivelmente a decisão do prefeito seria a mesma do governo estadual. Agora é preciso ter esse entendimento, de que a cidade e a região possa adaptar as suas atividades produtivas.”

De acordo com ele, a Acil ainda não fez uma avaliação de quais setores tem sido mais privilegiados ou negligenciados com as imposições da bandeira preta. “Essa classificação foi feita pelo Estado. Vamos avaliar cada situação na reunião de amanhã (hoje). Em cima disso, teremos uma manifestação oficial.”

Tanto na opinião do Sindilojas quanto na do presidente da Acil, a elevação na taxa de contágio não ocorreu devido ao comércio. “As pessoas sabem se portar. Seja o trabalhador ou o cliente, eles cumprem os protocolos. O problema não está nas atividades produtivas”, acredita Bergesch.

“Precisamos conter o vírus”

O prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, endossa parte das considerações dos representantes empresariais. “Acreditamos que não é o comércio o responsável. Mas a situação está tão delicada, tão difícil, que essa semana, realmente, é necessário respeitar as restrições e diminuir o fluxo de pessoas.”

Pela análise dos números de novos contágios e hospitalizações, o comitê de crise acredita que o nível crítico do distanciamento deve perdurar por no mínimo mais sete dias. “Defendemos a liberdade para o trabalho, mas precisamos conter o vírus”, diz o prefeito.

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