Um clichê necessário

Opinião

Amanda Cantú

Amanda Cantú

Jornalista

Colunista do caderno Você

Um clichê necessário

Por

Dizer que todo dia é dia do professor soa tão clichê quanto dizer que todo dia é dia da mãe, do pai, ou de qualquer um que amamos e admiramos. Porém, é um clichê necessário, ainda mais em tempos tão difíceis. Nunca foi tão importante pensar a importância do professor e aprender a valorizá-lo.

O ser professor sempre me encantou. Na inocência da infância, longe da consciência das dificuldades que enfrentavam, considerava meus professores seres quase sobre-humanos. Afinal, como poderia alguém saber tanto sobre tantas coisas?

Essa admiração fez com que eu elencasse o ser professora como uma das coisas que queria ser quando “fosse grande”. Na verdade, eu queria ser a profe Mari, com o seu olhar doce e gentil, que me ensinou a ler e escrever as primeiras palavras.

Aos poucos, aquele encanto de criança se transformou em um laço de amizade e, se para um professor é gratificante reencontrar um aluno e ver o seu progresso, considero tão lindo quando reencontrar um professor e ser lembrada entre os tantos que passaram pelos seus ensinamentos.

Poderia escrever inúmeras páginas sobre o quanto considero o ser professor muito mais do que uma profissão. É trabalho com propósito. É emprego, mas também é missão.

Enquanto escrevia a matéria que você confere nas páginas cinco e seis desta edição, me emocionei diversas vezes. Meu objetivo desde o começo foi compreender o que move os jovens professores.

O que leva alguém a escolher uma profissão que exige muito empenho, com salários defasados, atrasados, violências, escolas em condições precárias, falta de material, sem suporte do poder público e sem apoio da sociedade?

A resposta, é claro, não me surpreendeu. O que move essa gente é a esperança de uma sociedade melhor e a inquietude diante de tanta coisa ruim no mundo. O que os move é acreditar que a educação é uma força transformadora poderosa, talvez a maior delas.

Eu também poderia escrever páginas e mais páginas sobre a revolta que sinto toda vez que vejo alguém diminuindo o trabalho de um professor, mas prefiro apenas te deixar com a tarefa de refletir sobre quantos professores te guiaram até que você chegasse onde está hoje. Na próxima vez que for necessário tomar partido, espero que essa reflexão te ajude a escolher o lado certo nessa luta.

Hoje, mais do que nunca, um feliz dia a todos os mestres por trás da estudante de Jornalismo que aqui escreve e, em especial, parabéns aos amigos professores que a vida me deu. Obrigada por nunca perderem o brilho nos olhos, apesar de tudo, e por não desistirem da mais nobre tarefa que alguém pode ter: o processo de ensino e aprendizagem.

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