Mais de 35% das lojas do RS contratarão temporários

Oportunidade de trabalho

Mais de 35% das lojas do RS contratarão temporários

Pesquisa da Fecomércio mostra que oferta de vagas no varejo para fim deste ano será superior às criadas em 2019. No Vale, estimativa é que contratações sejam intensificadas entre fim de novembro e início de dezembro

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Atualizado quinta-feira,
08 de Outubro de 2020 às 09:23

Mais de 35% das lojas do RS contratarão temporários
(Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

Após amargar os piores resultados da história, o varejo gaúcho começa a se recuperar. Em abril, a queda no faturamento das empresas foi de 78%. Nos últimos três meses, os patamares tiveram crescimento, ainda inferior ao mesmo período do ano passado. O suficiente para a volta do otimismo.

Esse indicativo de recuperação se fortalece a partir de estudo da Fecomércio sobre contratações temporárias para o fim do ano. Das empresas de varejo do RS, 35,2% pretendem contratar. A seleção dessas pessoas se concentra no mês de outubro com contratos que duram três meses e pegam o Natal com um período depois para troca de presentes.

No Vale, o Sindilojas estima que essa busca por trabalhadores seja um pouco depois. Começando nas últimas semanas de novembro, para contratar no início de dezembro. Com isso, os temporários ficam ainda em janeiro e fevereiro para cobrirem as férias dos efetivos.

“Nesta semana, já começaram duas novas vendedoras. E pensamos em reforçar, com pelo menos mais uma vaga para dezembro”, conta Paula Francieli da Silva, gerente de uma loja de roupas no centro de Lajeado.

De acordo com ela, apesar da queda nos meses iniciais da pandemia, foram encontrados mecanismos para manter as vendas, pela internet e com entregas nas residências dos clientes.

O presidente do Sindilojas, Francisco Weimer, realça: “esse é um momento importante. O temporário que se destacar tem muita chance de ser efetivado. A empresa não irá se desfazer de um talento.”

Pela pesquisa da Fecomércio, a afirmação de Weimer se confirma. Entre as empresas consultadas que abrirão vagas, quase 43% informaram que há chance de efetivação do temporário após três meses de contrato.

Mais contrações do que em 2019

Outro detalhe apurado pela Fecomércio diz respeito à comparação de 2020 com o ano passado, quando a intenção de aumentar o quadro funcional para atender a demanda do Natal e Ano Novo era de 29,5% das empresas.

Com relação à interferência do coronavírus na estratégia de formação das equipes, 63,3% das empresas afirmaram que esse aspecto pesou na decisão sobre contratações. O levantamento apurou que 44,3% dos entrevistados devem recrutar a mesma quantidade de temporários na comparação com o ano passado.

Por outro lado, 44% devem empregar menos pessoas. Entre os que pretendem ampliar o quadro de fim de ano, 11,1% devem chamar um número maior. A maioria das vagas se concentra em vendas/comercial (87%), seguida por caixa/crediário (20,8%). Entre as exigências mais frequentes, estão grau de instrução (38,3%) e disponibilidade de horário (31%). Na sequência, aparecem experiência (30,2%) e qualidades pessoais (23,4%) como os diferenciais.

Aposta de retomada na empregabilidade

Dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged), do Ministério da Economia, mostra que após cinco meses de fechamento de pontos de trabalho, o Vale encerrou agosto com saldo positivo. Foram criadas 380 novas vagas.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o saldo é negativo. Nos 38 municípios, foram extintos 2.757 postos de trabalho com carteira assinada. Pela análise da CIC-VT, o movimento visto em agosto tende a se manter para os próximos meses, em especial pelas ofertas de trabalho do fim do ano.


Entrevista

Aquiles Mallmann, presidente da CDL Lajeado

Após meses de resultados negativos, o comércio inicia um processo de retomada, diz o presidente da CDL. De acordo com ele, há setores com avanços mais expressivos, enquanto outros com mais dificuldade.

• Fecomércio estima que 35% das lojas gaúchas vão contratar temporários. Como estamos em Lajeado? Qual a perspectiva da CDL?
Aquiles Mallmann – O que se percebe é que devagarinho o comércio vai se recuperando. Estamos estruturados para atender com segurança os consumidores e, com maior consumo e disposição das pessoas em comprar. Automaticamente as empresas vão se adequando e isso envolve o quadro de colaboradores. Estamos nos aproximando da melhor época do ano para as vendas e, embora não tenhamos indicadores para estimar como vai ser, acreditamos que exista uma tendência para contratação de temporários, em especial por parte de empresas maiores e no comércio de eletrônicos, móveis e construção civil.

• Como está o setor do varejo neste último trimestre?
Mallmann – A retomada das vendas está acontecendo. Em alguns segmentos do comércio de forma mais lenta e em outros, mais expressiva. Isso é fruto do comportamento de consumo das famílias durante a pandemia. É o caso de empresas com venda de móveis, eletrônicos, eletrodomésticos e bem-estar. São essas que primeiro devem reagir na contratação.

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