Cinco macacos e o Mindset

Opinião

Sérgio Sant'Anna

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Cinco macacos e o Mindset

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Atualizado quarta-feira,
12 de Julho de 2019 às 10:17

Vale do Taquari

Assim como a Terra alcança uma velocidade de 465 m/s em sua rotação e há pessoas que não creem que o homem pisou na Lua, poucos conhecem o empirismo radical de William James, que supõe a realidade como um processo dinâmico e ativo. Para James, já no início do século XX, a realidade está em evolução, a verdade é constantemente construída e a matéria final da realidade é pura experiência.
Não bastasse a dúvida que se causa com tais afirmativas, pergunto: você conhece a teoria dos cinco macacos e a criação de um paradigma?
Cientistas colocaram cinco macacos numa jaula, onde havia uma escada e, sobre esta, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam jatos de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros batiam nele. Passado algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que bateram nele. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo macaco foi substituído, e o mesmo fato ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles por que batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza, a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui…”
Se dermos algum crédito a William James e refletirmos sobre a questão dos macacos, podemos chegar à conclusão que manter ativo um processo de reprogramação da nossa mentalidade pode nos garantir novas percepções da realidade. Da obsolescência programada dos celulares às mudanças dos algoritmos do Facebook, aceitar que a realidade de ontem é uma metamorfose ambulante (e que, para entendê-la hoje, é necessário quebrar paradigmas), pode ser um primeiro passo para as adequações que precisamos fazer em nosso modelo mental.
Considerar apenas um ponto de vista não favorece nossos negócios nem a criação de vínculos com a nova geração de potenciais consumidores, que também são o capital humano de nossas empresas. A sorte de vivermos em Lajeado e região é que há, aqui, inúmeros movimentos em favor desse pensamento proativo. Entre as diversas iniciativas, podemos citar o Negócios em Pauta do próprio Grupo A Hora que, no último dia 17, levantou discussão sobre o tema Mindset.
Aceitar a universalização da linguagem e se acostumar com a presença de estrangeirismos na comunicação é apenas um detalhe irreversível do processo. Por que a mente permanece fechada ou aberta às mudanças? Essa sim é uma boa pergunta. Permitir-se aprender, esta sim é uma boa resposta. Agora, se ficar nessa de “cada macaco no seu galho”, aí sim, vamos continuar na mesma e sem entender o porquê das bananas.

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