A concessão da BR-386 fez parte das discussões da sessão de ontem na Câmara de Vereadores. A Casa encaminhará ofício para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), solicitando realização de audiência pública no Vale.
Por enquanto apenas duas estão previstas e ocorrem em Porto Alegre e em Brasília. Enquanto isso, os parlamentares promovem, junto com Legislativos de outras cidades, reuniões abertas para debater o assunto. O objetivo é fazer uma mobilização para barrar a proposta anunciada na última semana.
Vereadores consideram que o modelo não trará melhorias para os principais gargalos da rodovia na região. Entre eles os acessos aos bairros. Além disso, consideram que a inserção de duas praças de pedágio até Porto Alegre irão prejudicar o desenvolvimento econômico regional.
As reuniões ocorrem a partir da próxima semana. Os parlamentares também se organizam para participar da audiência pública que ocorre dia 16 em Porto Alegre. O presidente da Câmara, Waldir Blau (PMDB) pretende disponibilizar um veículo para que os 15 vereadores participem do encontro. “Este é o momento. Precisamos nos posicionar.”
Uma preocupação apontada pelo peemedebista Ederson Sphor, é em relação aos acessos aos bairros Santo André, Conventos e Olarias. As entradas dos locais são perigosas e requerem a construção de túneis ou rótulas.
Na avaliação dele, os acessos adequados ficarão prontos em mais de 10 anos. “Algo bom será feito somente quando o trecho for duplicado. Isso levará 11 anos. Antes disso, a concessionária não fará as melhorias necessárias.”
As críticas vieram do vereador Sérgio Rambo (PT). De acordo com ele, o novo modelo é a “formalização de um assalto”. Segundo ele, a Sul Vias arrecadou milhões durante período de administração e não fez um trevo de acesso ao bairro Conventos.
O aspecto foi reiterado pela vereadora Mariela Portz (PSDB). De acordo com ela, o modelo propõe 30 anos de exploração. “Durante o período da Sul Vias a empresa apenas fez maquiagem. Não fizeram acessos. Quem ganhar a concessão também não vai fazer.”
Ela considera que a realização das audiências fora do Vale do Taquari é uma forma da ANTT evitar discutir o projeto com a comunidade local. “Está sendo tudo por baixo dos panos. Vamos ter que lutar contra isso aqui.”
Ildo Salvi (Rede) aponta que duas praças de pedágios no trecho Lajeado Porto Alegre onera os orçamentos domésticos e empresariais. “Temos essa experiência ao ir até Santa Cruz do Sul. Ali se justificava por serem duas rodovias. Mas dois pedágios em uma única rodovia, não é razoável.”
Bloco dos Palhaços pede recursos
O carnaval foi outro tema trabalhado pelos parlamentares. Durante a sessão, integrantes do Bloco dos Palhaços estiveram presentes. Eles solicitam ao Legislativo ajuda financeira de R$ 5 mil para custear despesas.
Faz quatro meses que o grupo vinha se organizando para participar do Carnaval de Lajeado. Segundo eles, a preparação ocorria desde que o prefeito Marcelo Caumo, durante o período eleitoral, se comprometeu em realizar o desfile.
O grupo participa dos festejos faz 45 anos e não depende somente de recursos públicos. Durante o ano realiza uma série de eventos para arrecadar recursos e arcar com as despesas.
De acordo com o ofício, com a afirmativa do então candidato em relação a realização do desfile, começaram a trabalhar nos preparativos. Com o anúncio do cancelamento uma série de pendências se acumulam e agora buscam recursos para pagá-las. A solicitação será analisada pelos vereadores ao longo da semana.
