O relatório de auditoria externa feito pela empresa Dickel & Maffi foi entregue ao Ministério Público. Durante o trabalho foram apurados dados da gestão da Languiru entre 2018 e 2022, com detalhes sobre decisões administrativas responsáveis pela crise financeira enfrentada pela cooperativa.
O promotor de justiça de Teutônia, André Prediger, afirmou que a intenção do inquérito é esclarecer os fatos e responsabilizar os culpados. “Estamos investigando crimes que não foram cometidos apenas pela diretoria, mas também por associados. Estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documentos, ou até mesmo, casos em que houve prejuízo, mas alguém se beneficiou desses valores”, destacou o promotor.
O Processo Investigatório Criminal (PIC) corre em segredo de justiça, para garantir a seriedade e o desenvolvimento adequado da investigação, conforme explicou Prediger. O sigilo é necessário para evitar prejuízos à apuração dos fatos. No entanto, os associados da cooperativa têm acesso ao relatório da auditoria, embora certos nomes e informações tenham sido borrados para evitar pré-julgamentos pela população.
Com 73 páginas, a auditoria apresenta uma série de documentos que detalham as movimentações da diretoria, incluindo a contratação de R$ 3,5 bilhões em empréstimos bancários nos últimos cinco anos. O promotor e sua assessoria estão atualmente analisando a documentação. “A questão central será entender a falta de competência administrativa e não recuperar valores ou propriedades”, disse Prediger.
Após a análise dos documentos, a próxima etapa será ouvir os envolvidos mencionados na auditoria e tentar compreender suas intenções ao tomar determinadas ações. O Ministério Público também pretende consultar a empresa Dickel & Maffi para esclarecer os dados apresentados de forma mais precisa.
O promotor pretende concluir as investigações até o final do primeiro trimestre de 2025. “Precisamos entender o que levou a cooperativa a colapsar dessa maneira”, concluiu Prediger.