Era a última semana de AGOSTO DE 2023 quando o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, teve um sério desentendimento com o então chefe da 11ª Superintendência Regional do Daer, Fabiano de Oliveira. O motivo da revolta foi a suposta morosidade na mudança da autarquia do prédio situado no Centro para a sede nova, no Campestre.
Em uma negociação que envolveu governos municipal e estadual, Lajeado se comprometeu (e fez) um novo espaço para o Daer em troca da cedência do prédio na Avenida Benjamin Constant. O complexo acordo previu a construção das vias marginais da ERS-130 e a trincheira no acesso à rua Carlos Spohr Filho.
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O que surpreende (e não são todos) é: estamos no final de 2024, mais de um ano após a gritaria no gabinete de Caumo e o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) segue no Centro e sem uma previsão de quando migrará para a sua nova casa, no bairro Campestre.
O superintendente não é nem o mesmo. Assumiu o senhor Roberto Vidal. Este, por Whatsapp, me enviou: “A construção é pelo município, não nossa!” e foi além: “Há obrigações das partes, definidas junto ao Ministério Público. Por óbvio são públicas e a imprensa pode ter acesso”.
O Ministério Público (MP) de Lajeado interviu na situação quando os ânimos estavam exaltados e criou uma espécie de acordo com ações que os dois envolvidos tinham que cumprir. Pelo visto alguém não fez toda a sua parte.
Em tempo, a área que o Daer ainda ocupa no Centro provoca “borboletas no estômago” de algumas empresas da construção civil e pode render uma boa permuta com outro espaço ou valor considerável aos cofres do município. Há ainda quem defenda a construção de posto de saúde, escola ou até que a prefeitura acomode ali outros departamentos públicos.
Todavia, contudo, entretanto… O Daer segue no Centro e lá para os lados do Campestre, a construção feita pelo município está vazia e eu sem disso por que fui presencialmente lá e conferi, mais que uma vez.
A guarda aguarda
Na próxima semana o MP organiza uma conversa com moradores de Alto Conventos, em Lajeado. Há menos de 15 dias a Polícia Civil, Brigada Militar e Secretaria de Segurança Pública coordenaram uma reunião por lá para solucionar os casos de furto/arrombamento e abigeato.
Me apego a este problema para citar que Lajeado ainda não possui a guarda municipal armada, que poderia atuar em situações assim.
Os agentes já possuem a nomenclatura de guarda municipal, mas não passaram pelo treinamento que faz parte do trâmite para ter poder de polícia e, caso for considerado apto, portar arma de fogo. E a Brigada Militar (BM) precisa de reforço, como em todo o nosso estado.
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O projeto foi destinado pelo governo à câmara, que não votou. O investimento é de R$ 600 mil para formação de 34 agentes em um contrato de 12 meses. O prefeito retirou o regime de urgência que obrigava um desfecho do assunto em 30 dias. Depois disso, a matéria “sumiu” das últimas pautas das sessões.
Depois de inúmeros debates, polêmica e articulações, a criação da guarda armada em Lajeado, de fato, não tem prazo para ser concretizada.
CONTEXTUALIZAMOS:
– José Odair Scorsatto (PDT) já fala nas eleições de 2026. Ele ficou com a segunda suplência do PDT na disputa para deputado estadual em 2022, somou 18.214 votos. O ex-prefeito de Arvorezinha circula muito e tem aberto portas em novas cidades. O cargo de diretor das agências Fgtas também rendeu reconhecimento em novas regiões.
– Um dos nomes de confiança do governo federal no RS, Maneco Hassen (PT), também está na segunda suplência para uma cadeira na assembleia. Ele “subiu uma casa” com a vitória de Luis Fernando Mainardi na prefeitura de Bagé, nas eleições deste ano. Porém, se esperava que mais nomes do PT tivessem melhor desempenho no pleito municipal. Em 2022, Maneco somou 34.532 votos.
– E teve bronca na câmara de Lajeado na sessão desta terça-feira, 29, para a demora nas obras da rua Pedro Theobaldo Breitenbach, no bairro Conventos. O ex-secretário de Obras, Fabiano Bergmann, pediu que a empresa terceirizada acelere os serviços.
– O Vale do Taquari montou um “frentão” e se mandou para Porto Alegre nesta terça-feira, 29. Com articulação da CIC-VT, liderada pelo presidente Ângelo Fontana, prefeitos, empresários e líderes de associações sentaram à mesa com o vice-governador Gabriel Souza, o secretário Juvir Costella e outros integrantes do governo. O tema era a rodovias do Vale, com destaque para a ERS-130 e a ponte sobre o Rio Forqueta prometida para o Natal e a pavimentação da ERS-129 entre Roca Sales e Colinas. O governo deu sinal positivo para estas duas e algumas outras demandas. Aguardemos.