Passados 5 meses da catástrofe climática que devastou o Vale do Taquari, a Sicredi Integração RS/MG ainda contabiliza as inúmeras pessoas que buscaram algum tipo de auxílio junto à cooperativa e o tanto de ações que foram necessárias para contribuir com a reconstrução das comunidades duramente atingidas. Por acreditar na força do trabalho conjunto e por sempre estar ao lado de seus associados, o Sicredi ajudou das formas que podia, estando e seguindo à disposição da comunidade.
Entre as cidades atingidas na região de atuação da Cooperativa, estão: Cruzeiro do Sul, Forquetinha, Lajeado, Marques de Souza, Travesseiro, Boqueirão do Leão e Canudos do Vale.
Desde o mês de maio, foram disponibilizados mais de R$ 8 milhões em recursos, dos quais cerca de R$ 1,6 milhão oriundo do Fundo Social e R$ 1,3 milhão arrecadado através do Pix da Fundação Sicredi. Além disso, a Sicredi Integração RS/MG doou R$ 1 milhão para a reconstrução da ponte que liga Marques de Souza à Travesseiro e auxiliou na reconstrução da rede de água de Canudos do Vale, beneficiando quatro comunidades do município.
Para além de recursos financeiros, a Cooperativa auxiliou também com doações para as comunidades, escolas, hospitais e entidades beneficentes. Foram doados alimentos, mobiliários e materiais de limpeza, de construção, de expediente e escolares.
Presidente da regional, Adilson Metz ressalta a importância de se ter uma cooperativa forte e que esteja junto da comunidade em qualquer momento, seja ele uma festividade ou alguma dificuldade. “Isso tudo mostra que não é só dinheiro, é ter com quem contar. E a família Sicredi vai continuar fortalecendo a nossa região”, garante.
Fizemos a economia continuar girando
A economia da nossa região foi fortemente impactada e, como razão de existir da cooperativa, foi motivo de grande atenção e cuidado. Para isso, cada associado atingido direta ou indiretamente foi atendido de forma personalizada e cada situação avaliada individualmente, buscando-se uma compreensão das principais demandas e orientando sobre as melhores soluções, fossem elas linhas emergenciais de crédito, prorrogações de parcelas e contratos, carências em vencimentos ou liberação de aplicações. “Em um momento em que as pessoas não sabiam bem o que fazer, a gente buscou entender o que o associado precisava e como poderíamos ajudar”, afirma o Diretor de Negócios Fabrício Volnei Diedrich.
Ele explica que dentro das linhas emergenciais de crédito foram liberados mais de R$ 392 milhões através do Pronampe Solidário (com e sem subvenção), BNDES Reconstrução e Em Frente RS, recursos destinados a empresas de todos os portes, totalizando mais de 1.890 empresas atendidas. A maior parte desse montante foi destinada aos municípios mais atingidos: Lajeado, Cruzeiro do Sul, Marques de Souza e Travesseiro.
Segundo Diedrich, a grande limitação nas linhas emergências do governo foi a disponibilidade de recursos, dado o rateio do valor disponível entre todo o sistema financeiro, especialmente no BNDES, através do qual a cooperativa recebeu cerca de R$ 60 milhões. Assim, em uma força-tarefa da equipe local, buscou-se junto a cooperativas de todo o Brasil o dinheiro que não seria utilizado por elas, as quais, sensibilizadas com a situação, destinaram os valores para a regional, fazendo com que o montante chegasse a R$ 242 milhões. “A gente fez um grande esforço e trouxe esse valor para ajudar a reconstruir o Vale do Taquari. Quantos empregados foram mantidos, quantos fornecedores conseguiram ser pagos e quanto imposto isso vai gerar? Quantas empresas a gente garantiu que permanecem aqui? Isso fez a economia continuar girando”, avalia o diretor.
Porém, ele alerta que, apesar de a economia estar aquecida, tem sido feito um trabalho juntos aos associados para o cenário que está por vir, visto que parcelas vão começar a vencer e prorrogações estão com prazos finais. Assim, a cooperativa mantém uma consultoria financeira a fim de preservar a continuidade dessas empresas. “Nosso esforço é trazer recursos para que os associados tenham uma luz. Nós compramos junto com eles o risco. Isso é o círculo virtuoso que uma cooperativa consegue ter”, ressalta.
Linha Agro
No agro, apesar das regras diferentes das demais linhas, foi disponibilizado um recurso emergencial com subsídio para que produtores pudessem adquirir máquinas e equipamentos perdidos durante a enchente. Na Sicredi Integração RS/MG foram liberados cerca de R$ 8 milhões para 79 associados.
Linhas de recursos próprios
Os associados Pessoa Física também receberam auxílio através de recursos próprios da cooperativa, com os quais foi possível prorrogar parcelas e faturas e liberar novos contratos de crédito. Ao todo, foram 2.487 operações, somando cerca de R$ 250 milhões. “A gente sempre vai estar disponível para o associado, principalmente nos momentos de dificuldade. Estamos juntos na boa e na ruim”, assegura Diedrich.
Parceria com o Sebrae
Além disso, através de uma parceria com o Sebrae Vales do Taquari e Rio Pardo, a Cooperativa também pode auxiliar as microempresas e pequenos produtores rurais. Com a união de subsídios próprios e da entidade, foram disponibilizados créditos de R$ 3 a R$ 15 mil sem restituição para a recomposição de equipamentos essenciais para o funcionamento das atividades. Até o momento foram 317 propostas encaminhadas, somando mais de R$ 3 milhões.
Em Frente RS
A Sicredi Integração RS/MG não tem poupado esforços para auxiliar todos os atingidos e segue buscando novas alternativas de crédito para aqueles que ainda não foram atendidos pelas linhas disponíveis. Assim, em uma parceria com o BRDE, a cooperativa está credenciada no programa Em Frente RS, através do qual poderá alocar recursos e fechar contratos de até R$ 1 milhão para empresas de municípios em situação de calamidade.
Depoimentos
Eu nunca tinha passado por uma situação assim. Levamos seis semanas para retomar as atividades, mas o Sicredi nos apoiou muito. Eu sentia até os funcionários preocupados. Sinceramente não sei o que teria dado sem isso. Usamos esses valores para repor tudo que foi perdido e ainda conseguimos manter um capital de giro. É graças a isso que estamos aí.
Adair Diedrich – Gráfica Marquesense
Nossa empresa ficava às margens do Rio Taquari e fomos atingidos em setembro, novembro e maio. Ficamos mais de um ano em busca de recursos federais e o Sicredi fez um grande esforço, porque não foram todos que conseguiram e nem todos os bancos que deram abertura. Foi muito importante esse apoio, esse olhar com carinho, sabendo o quanto nós precisávamos.
Régis Lopes Arenhart – Vidraçaria Lajeadense