O Dia das Crianças é a terceira data mais importante para o comércio. Perde para o Natal e para o Dia das Mães. No comércio da região, a semana foi movimentada e animou os lojistas. Em alguns estabelecimentos, as vendas cresceram mais do que 15% na comparação com o ano passado.
Entre os estabelecimentos está a loja de Rodrigo Gerhardt. O bazar na rua Júlio de Castilhos, em Lajeado, reúne brinquedos, fantasias e acessórios para celulares. “O movimento está espetacular. Lajeado tem essa característica, cresce todos os anos e isso é bom para o comércio.”
De acordo com ele, desde segunda-feira houve um incremento nas vendas. “Os personagens de desenhos lançados neste ano, como o Divertidamente e o Stitch, são muito procurados.Como as escolas fizeram diversas atividades, vendemos bastante fantasias também.”
Nas famílias, o combinado com as crianças começa antes, com a definição do custo máximo do presente. “Era para ser dois dígitos. Acabou sendo três (risadas). Mas ela é muito querida e merece”, diz a mãe Cristiane Gurini, ao lado da filha Maria Cecília, de 8 anos.
O presente já estava escolhido. “Ela queria um fone de ouvido”. Além da filha, Cristiane tem quatro afilhados. Para eles, a opção foi simplificada. “Vou dar R$ 50 para cada um e eles compram o que quiserem”, brinca.
De Arroio do Meio, Cristiane Gurini, ao lado da filha, Maria Cecília. Menina de oito anos escolheu um fone de ouvido
Para o motorista de Barros Cassal, Jesus Amaral Oliveira, a negociação com o filho Miguel, 10 anos, foi mais difícil. “O máximo do presente é R$ 270. Ele quer uma chuteira. Só que é mais cara. Outro presente, ele não quer. Hoje está mais difícil de agradar a gurizada.”
Tudo por conta da oferta de brinquedos. “Na minha época, a gente só ganhava presente em datas festivas. Hoje eles têm tudo. Fica mais difícil escolher”, compara.
Contramão do Estado
No RS, a estimativa é de redução de 19% nas vendas em comparação com 2023. Ainda que não tenha sido feita uma pesquisa formal, na consulta com os empresários, o acréscimo esperado fica entre 10% a 15%, diz a presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL), Giselda Hahn.
“Ouvimos de vários associados que o movimento está muito bom. Há muito otimismo, pois o Dia das Crianças é sempre uma data importante para o comércio”, diz. Em cima disso, diversos segmentos são beneficiados. “Temos o brinquedo, que sempre mexe com essa questão lúdica nas famílias, mas há também muita procura por calçados, roupas, mochilas, livros, cadernos. Diversos segmentos são beneficiados.”
Vendedora de uma loja de roupas infantis, Ana Gabriela Schneider, comprova as afirmações da presidente da CDL. “Está muito bom o movimento. Cheguei hoje (sexta-feira) depois do intervalo, e tinha fila para entrar. Vamos crescer em vendas uns 15%”, acredita.
Comércio fechado
Pela lei federal, a abertura das lojas na área urbana das cidades depende de acordo coletivo. Em Lajeado, estabelecimentos do Centro não poderão usar mão de obra assalariada, sob risco de multa de R$ 1 mil por funcionário CLT. O alerta é do presidente do Sindicomerciários, Marco Daniel Rockenbach.
O sindilojas, por meio do presidente, Giraldo Sandri, consultou a representação dos trabalhadores para negociar a abertura das lojas neste sábado. “É uma data importante, ainda mais neste momento que vivemos, de pós-catástrofe, de necessidade do comércio em se capitalizar, recuperar perdas. Infelizmente, não há nada que possamos fazer.”
Pela lei, apenas os proprietários e mão de obra familiar pode ser usada nos estabelecimentos. Também está autorizada a abertura de estabelecimentos às margens da BR-386, pois se tratam de outra legislação.
O Sindicomerciários fez uma consulta para 980 trabalhadores do comércio na área central de Lajeado. Segundo Rockenbach, mais de 90% foram contra abrir nos feriados de 12 de outubro e 15 de novembro.
