MDB avalia campanha de avanços e pressão sobre o PP

POLÍTICA EM LAJEADO

MDB avalia campanha de avanços e pressão sobre o PP

Coordenador regional do MDB, Fabrício Renner, considera que campanha de Lajeado foi de alto nível e que derrota apertada por 1,6 mil votos aumenta responsabilidade da gestão de Gláucia Schumacher para os próximos quatro anos

MDB avalia campanha de avanços e pressão sobre o PP
Carlos Eduardo Ranzi fez 19.932 votos, o que representa 43,6% dos votos válidos. (Foto: PEDRO RODRIGUES)
Lajeado

Com uma chapa pura, o MDB ficou perto e por 1.603 perdeu a eleição para Gláucia Schumacher, da coligação do PP com o PL/Cidadania/PSDB/Republicados e NOVO. A atual vice-prefeita teve pouco mais de 21,6 mil adesões, contra os 19,9 mil de Carlos Eduardo Ranzi.

O coordenador regional da sigla, responsável pela campanha do emedebista ao Executivo de Lajeado, Fabrício Renner, avalia os pontos positivos e os aprendizados após a derrota nas urnas.

“Recebemos o resultado com muita tranquilidade. Foi uma campanha de alto nível, tanto nossa, quanto dos adversários. Lajeado esteve muito bem representado, com candidatos de muita qualidade”, reconhece.

Dentro do partido, diz, o entendimento é que se conseguiu avanços. “Fizemos uma campanha propositiva. Mostramos aos eleitores os potenciais da cidade, oferecemos uma gestão pública sustentada na força da população e das empresas. Procuramos mostrar que dava para fazer mais do que o governo estava entregando.”

Para ele, esse foi o legado. “A diferença pequena mostra isso. Tivemos chance de vitória. Agora torcemos para que a Gláucia e os demais aliados façam um bom governo. Eleição é assim, a urna é soberana e precisa ser respeitada”, avalia.

Com relação ao Legislativo da maior cidade da região, o coordenador do MDB comemora o resultado. Dos cinco mais votados, quatro foram do partido. Ainda assim, perdeu em representatividade. Das atuais seis cadeiras, ficarão quatro a partir de janeiro de 2025.

Entrevista
Fabrício Renner • coordenador regional do MDB e da campanha de Carlos Ranzi em Lajeado

A Hora – A diferença foi de 1,6 mil votos. O que você faltou?

Fabrício Renner – A campanha foi de alto nível. Muito equilibrada e com uma diferença pequena. Recebemos o resultado com tranquilidade. Quando olhamos para essa diferença e comparamos com as abstenções (foi de 24,49%, mais de 15 mil votos), vemos que quem não votou eram moradores de bairros onde tínhamos mais adesão. Esse percentual de ausência foi grande, talvez se metade tivesse votado teríamos chance de vitória. Mas essa é uma análise posterior.
Temos de ver também que foi a primeira vez que o Ranzi foi para prefeito. Fomos uma chapa pura, sem coligações. Desde o início sabíamos o tamanho do desafio. Acho que saímos mais fortes dessa eleição. Deixamos um legado. Um novo olhar à próxima eleição.

– Sobre a abstenção. Lajeado teve o maior percentual da região. Entre os motivos, estão a mudança de seções eleitorais, o transporte e também problemas nas urnas. Algumas pessoas desistiram de votar devido às filas e demoras. Como isso interferiu?

Renner – Tudo isso interferiu de alguma maneira. Não sei se no resultado final. Se algo seria diferente. A questão das urnas, das demoras e falhas de equipamento, isso nos causou muita angústia. Nós, como responsáveis pela campanha temos um regramento muito rígido. Temos que apresentar prestações de contas, fazer propaganda com uma série de regras.
Mas aí, a Justiça eleitoral deixa a desejar. Não entro nas críticas a urna eletrônica, a manipulação, nada disso. Só que, até que ponto a Justiça é responsável? Ela precisa garantir a normalidade do pleito e ontem (domingo), tivemos uma série de problemas. Escutava as justificativas e, por mais que seja plausível a falta de técnicos e de servidores, como pode, depois de testar os equipamentos, ter dado tanto problema?

– E sobre o acesso do eleitor, tendo em vista que houve transporte gratuito após mudanças das seções?

Renner – Temos de facilitar para o eleitor. A mudança do Castelinho à Univates, por exemplo. Ali pega uma parte considerável de eleitores do Conservas, do São José, ali da região do Arroio Saraquá. Antes iam votar caminhando. Agora, precisavam caminhar e pegar um ônibus para atravessar a cidade. E, muitas vezes, esperar uma ou duas horas na fila para votar.
Se não me engano, foram dois ou três ônibus em cada turno, manhã e tarde. Os horários não estavam claros às pessoas.

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