Direção minimiza riscos em leilão da Arena Alviazul

caso do lajeadense

Direção minimiza riscos em leilão da Arena Alviazul

Departamento jurídico do clube trabalha para suspensão do leilão ao mesmo tempo em que acredita ser mínimo o risco de aparecer interessados. Outros casos são frequentes pelo Brasil nos últimos anos

Direção minimiza riscos em leilão da Arena Alviazul
Fundada em 2012, Arena Alviazul e terras do clube são avaliadas em R$ 19,4 milhões. Leilão em outubro oferta imóvel pela metade do preço
Lajeado

A torcida alviazul ficou temerária com a notícia da semana envolvendo o leilão de uma área de terras que inclui a Arena Alviazul, pertencente ao Clube Esportivo Lajeadense. A ação decorre de uma execução fiscal movida pela União para a cobrança de tributos não quitados, acumulados ao longo de, no mínimo, seis anos. O leilão, de forma online, ocorre entre os dias 3 e 9 de outubro. Embora chame atenção, a medida não é a primeira envolvendo o clube nos últimos anos. A direção minimiza os riscos e diz estar trabalhando para a suspensão do leilão.

Organizado pela empresa Joice Ribeiro Leilões Oficiais, o valor inicial para lances foi fixado em R$ 9,7 milhões, o que representa 50% da avaliação do imóvel, avaliado em R$ 19,4 milhões.

Não só pelo valor, o clube elenca motivos que amenizam o risco da estrutura ser arrematada. “Não é muito provável que alguém demonstre interesse, pois é um imóvel que além do alto valor possui áreas de preservação permanente e um estádio que necessitaria ser demolido pelo adquirente”, garante o vice-presidende jurídico do Lajeadense, Jorge Decker.

Entre as medidas que estão sendo tomadas, o departamento jurídico do clube se mobiliza para realizar uma petição a fim de suspender o leilão. A petição deve ser protocolada até a próxima segunda-feira, dia 30. Além disso, também tentam um parcelamento denominado de transação fiscal, a fim de conseguir quitar as dívidas com a União. “O origem das dívidas é fiscal, tributos que nós e as direções anteriores não conseguiram recolher e que se acumularam. Estamos empenhados em achar saídas para evitar o leilão”, garante Decker.

“Penso que ninguém vai ficar apavorado”

O vice-presidente lembra que outros estádios pelo Brasil e até fora dele já foram a leilão ou até penhorados pela justiça, no caso mais recente, a Arena do Grêmio, no ano passado.

Por mais que assuste, a medida não é tão rara e dificilmente aparecem interessados. “Não lembro de alguém ter adquirido um estádio. Existem medidas judiciais e extrajudiciais a serem adotadas para evitar o leilão, e, se alguém comprar o imóvel, ainda há outras medidas que podem ser tomadas após a compra.”

Questionado pela reportagem, o presidente do Conselho de Administração do Lajeadense, Marcos André Mallmann, diz que a direção optou por não se manifestar a não ser por nota oficial já divulgada pelo vice-presidente jurídico.

Leilão

Por mais que desta vez a ação seja movida pela União, um leilão envolvendo as terras do Lajeadense não é novidade. Em ações passadas, a única mudança era a origem das dívidas, trabalhistas. Em mtermos de processo e andamentos, ma realização do pregão ocorre da mesma forma das anteriores.

Em 2020, o clube foi acionado pela justiça do trabalho por conta de dívidas trabalhistas. O motivo era uma dívida de R$ 143 mil com um ex-atleta. A ação foi impetrada em 2014 e não cabe mais recurso. O Lajeadense conseguiu, no mês de julho, uma liminar suspendendo o leilão de parte do estádio do clube. A vitória no tribunal foi comemorada pela direção.

Outros casos pelo Brasil

  • Arena do Grêmio

A Justiça de São Paulo determinou a penhora da Arena do Grêmio, em junho de 2023. A manifestação ocorreu após pedido do Banco Santander, do Banrisul e do Banco do Brasil, financiadores na construção do estádio. Seis dias depois, a penhora foi suspensa.

  • Boca do Lobo

Estádio mais antigo em atividade do país, a Boca do Lobo, pertencente ao Esporte Clube Pelotas, esteve envolvida em leilão em fevereiro de 2024. O processo se trata de uma ação da Prefeitura do Município devido a dívidas de IPTU do clube. O lance inicial seria de pouco mais de R$ 93 milhões, mas um acordo cancelou o pregão.

  • Ilha do Retiro

Terceiro colocado da Série B, o Sport enfrenta problema nos bastidores. A sede social da Ilha do Retiro está envolvida em um leilão com oferta inicial de R$ 400 milhões. A estruturado Rubro-Negro de Recife poderá receber ofertas nos dias 1 e 10 de outubro. O leilão é consequente à uma dívida com o Banco Central, que move uma ação girando em torno de R$ 8,6 milhões. O clube ainda sofre com dívidas trabalhistas de ex-jogadores e funcionários, além de pendências financeiras com a Caixa Econômica Federal e Fazenda Nacional.

  • Canindé

O terreno da Portuguesa onde está localizado o Estádio do Canindé foi alvo de leilões para o pagamento de dívidas. A área que pertence à Lusa apareceu em leilão pela última vez no início de setembro em ação de um ex-funcionário da segurança que pede mais de R$ 70 mil. Em 2021 o estádio esteve envolvido em penhora devido a outras dívidas.

  • Barretão

Famoso por eliminar o Internacional na Copa do Brasil de 2022, o Globo FC, do Rio Grande do Norte, também passou pelo problema. Uma área de 120 hectares na fazenda onde foi construído o Estádio Barrettão, em Ceará-mirim, foi leiloada pelo Tribunal Regional do Trabalho. O estádio foi penhorado para garantir o pagamento de uma dívida trabalhista de uma empresa que tem entre seus sócios o proprietário do clube.

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