Alunos e comunidade na luta contra as enchentes

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Alunos e comunidade na luta contra as enchentes

O 2º Seminário Pensar o Vale Pós-Enchentes também serviu para mostrar aos agentes locais o quanto estamos atrasados em termos de segurança hídrica. E o evento cumpriu a pleno este propósito. De fato, estamos atrasados e ainda somos muito negligente frente a uma série de movimentos necessários à proteção das comunidades mais vulneráveis. E nada melhor do que os bons exemplos para nos tirar da histórica inércia e melhorar nossos planos de contingenciamento. Sobre isso, a cidade de Blumenau (SC) aparece como um importante case de sucesso a ser copiado pelos municípios do Vale do Taquari. E, além da cartilha educativa – que inspirou o Educame –, é preciso observar os programas Agente Mirim da Defesa Civil e, especialmente, os Núcleos Comunitários de Defesa Civil em bairros atingidos – ou não – pelos fenômenos da natureza.

Em resumo, o Projeto Agente Mirim é uma extensão do Programa Defesa Civil na Escola e é realizado por meio de encontros quinzenais de capacitação e formação, no contra turno escolar, sobre vários temas como: percepção de riscos; áreas de risco; plano de contingência familiar; gestão de desastres; princípios de geologia e sustentabilidade; primeiros socorros; entre outros. O plano municipal de Blumenau segue estratégias internacionais para redução de riscos de desastres em harmonia com a proposta político-pedagógica de cada escola. E, entre as atividades curriculares, destaque para visitas à Secretaria de Defesa do Cidadão, às áreas de risco e ao Corpo de Bombeiros, além de participação em exposições da DC, desfile em datas comemorativas; e acompanhamento de palestras sobre desastres naturais. Em suma, se trata de um “Proerd” voltado às catástrofes.

Por fim, os municípios precisam correr para implantar os chamados Núcleos Comunitários de Defesa Civil. Em Blumenau, por exemplo, os núcleos são formados por grupos comunitários organizados com a proposta de desenvolver um trabalho permanente de orientação nas comunidades de maior vulnerabilidade e suscetibilidade aos desastres naturais. Funcionam como um elo entre líderes de bairros (ou regiões mais periféricas) e as Defesas Civis municipais e/ou regionais, planejando, promovendo e coordenando atividades para a redução de riscos no município. São movimentos que surgiram para compensar a “falta de braços” do poder público. E cujas ausências foram cruciais para o alto número de mortes e prejuízos verificados no Vale do Taquari.

Investigação na Languiru

A Cooperativa Languiru promove hoje uma instigante assembleia com os associados. A terceira e última chamada para o evento está marcada para às 9h30min. No encontro, agendado para ocorrer na Associação dos Funcionários da Languiru, em Teutônia, o presidente liquidante, Paulo Birck, apresentará o aguardado resultado da auditoria investigativa conduzida pela empresa Dickel & Maffi, responsável por examinar as causas e as condições que levaram à crise enfrentada pela entidade, com foco nas gestões e nas ações financeiras ocorridas entre 2018 e 2022. E o encontro, diferente de outros momentos, será aberto à imprensa.

Indefinição no PP

A internação do candidato a prefeito de Encantado, Paulo Costi (PP), que apresentou problemas cardíacos e quadro de pneumonia durante o fim de semana, caiu como uma bomba nas pretensões do Partido Progressistas. Dentro do grupo, há quem já iniciou o “plano B”, sem a presença de Costi. Ou seja, uma nova chapa para a majoritária. E, além do atual candidato a vice-prefeito, Enoir Cardoso, o mais cotado para assumir o lugar do ex-prefeito, o PP possui outros nomes atuantes na política local e regional. Entre eles, os vereadores Marino Deves, Valdecir Cardoso, Sander Bertozzi e Diego Pretto. Mas há quem defenda uma “leve” inversão, com Enoir a prefeito e Costi a vice.

Quem são os favoritos?

O Grupo A Hora já publicou quatro pesquisas eleitorais. As análises ocorreram em Lajeado, Arroio do Meio, Teutônia e Estrela. Diante dos números apresentados já é possível apontar os favoritos na acirrada e sinuosa disputa pelas prefeituras. Gláucia Schumacher (PP) em Lajeado, Sidnei Eckert (MDB) em Arroio do Meio, e Jonas Calvi (PSDB) em Encantado largaram na frente. E, portanto, são os favoritos. Em Teutônia, o jogo começou mais equilibrado, com Renato Altmann (PSD) só um pouco à frente do também ex-prefeito Jonatan Brönstrup (PSDB). É bom que se diga: nenhuma eleição está decidida e “viradas” não são incomuns no Vale. Pelo contrário…

TIRO CURTO

  • Se alguém esperava mais discrição por parte do judiciário, se enganou. Nas primeiras semanas de campanha, a justiça já indeferiu candidaturas em Taquari, Estrela e Relvado. E outros postulantes foram apontados pelo Ministério Público. Ou seja, o crivo judicial não está aliviando.
  • O Serviço Geológico do Brasil (SGB) trabalha para melhorar o monitoramento dos níveis do Rio Taquari. Para tal, anunciou uma importante atualização. A partir de novos investimentos, será possível atualizar os níveis em Lajeado e Encantado a cada 15 minutos.
  • A administração municipal de Lajeado estimou, ainda em 2023, um orçamento de R$ 600 milhões para 2024. Entretanto, e diante do incremento de emendas e recursos para reconstrução pós-enchentes, o orçamento deste ano deve chegar a R$ 669,5 milhões. Já para o ano que vem, a projeção inicial é de R$ 664,9 milhões.
  • É impressão minha ou uma boa fatia da mídia do centro do país trabalha para alimentar um “racha” dentro da direita nacional? Especificamente entre Jair Bolsonaro e Pablo Marçal.

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