“O ponto fundamental do HBB é a transparência”

O MEU NEGÓCIO

“O ponto fundamental do HBB é a transparência”

Presidente e diretor executivo do Hospital Bruno Born contam como a clareza nas práticas e a melhoria nas relações com pacientes e familiares foram fundamentais para a evolução

“O ponto fundamental do HBB é a transparência”
Marcos Frank e Cristiano Dickel participaram do programa “O Meu Negócio” de segunda-feira, 26. (Foto: DEIVID TIRP)

O Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, se firmou como pilar da saúde no Vale do Taquari e uma referência em diversas especialidades médicas. Entre os marcos de sua história, que iniciou em 1931, o HBB se destaca pelo compromisso com o bem-estar da comunidade e pelos investimentos constantes no aprimoramento dos recursos físicos, técnicos e humanos. Hoje, o hospital se revela não apenas como uma instituição que avança em suas estruturas, mas que também preza pela transparência e pelo cuidado com a vida.

De acordo com o diretor executivo do HBB, Cristiano Dickel, por muito tempo o hospital enfrentava uma série de desafios com o judiciário e a promotoria. No começo, havia uma cultura interna diferente para resolver certas questões e, muitas vezes, os pacientes não eram direcionados de maneira adequada para os serviços de saúde fora do hospital. Fato que gerava um desgaste tanto para os pacientes quanto para a instituição.

Hoje, essa realidade ficou para trás e o Bruno Born tem um papel social. “Se a gente não consegue resolver todas as coisas que são do paciente aqui, internamente, nós temos que dar o encaminhamento a ele de onde encontrar a busca pela saúde”, afirma. “Eu acho que o ponto fundamental do Bruno Born foi a transparência”.

Presidente do HBB, Marcos Frank, conta que hoje a equipe diretiva trabalha para que o hospital esteja cada vez mais centrado no paciente, em vez de focar exclusivamente na figura do médico. Para ele, é essencial que o paciente e seus familiares sejam informados, de maneira clara e compreensível, sobre tudo o que está acontecendo. Esse tipo de comunicação não só tranquiliza, mas também humaniza o atendimento, criando um ambiente mais acolhedor e menos estressante para todos.

“O paciente fica no centro de tudo e a experiência dele é o importante para nós. Vai ser a medida do nosso trabalho”. Medida esta que foca não apenas no fato do paciente ter conseguido uma solução para o seu problema, mas também na resolução “em um ambiente em que ele foi bem tratado, onde não precisou sofrer mais do que a doença já tirou dele”, explica Frank.

Na prática, isso significa que o hospital agora mede o sucesso não apenas pela cura dos pacientes, mas também pela qualidade da experiência durante o tratamento. A meta é oferecer um atendimento onde o paciente seja bem tratado e respeite a dignidade humana.

Ação Humana: Um tratado de economia – Ludwig Von Mises

Para Ludwig Von Mises, os eventos econômicos são resultado de ações concretas dos homens, que estão em busca de um estado de maior satisfação.

Para ele, o homem racional sempre calcula quais são os melhores meios para atingir os fins que deseja. Ou seja, o ser analisa os valores internos e racionais para fazer escolhas.

O que para Mises, é a base do cálculo econômico. “Ação humana” é sua principal obra, escrito em 1940 e, desde então, se estabeleceu como o principal tratado econômico da modernidade.

 

 

 

Entrevista
• Marcos Frank – Presidente do Hospital Bruno Born
• Cristiano Dickel – Diretor executivo do Hospital Bruno Born

Da base familiar à formação profissional

Wink – Frank, tu tens o título de cidadão Lajeadense, mas tu vens de que lugar do estado?

Frank – Sou natural de Ijuí, uma cidade que lembra um pouco Lajeado, mas tem imigração mais
Polonesa. Saí da cidade para estudar. Primeiro fui a Porto Alegre e depois a Santa Maria. Voltei para Porto Alegre para fazer a residência e, ao final dela, fui convidado para vir a Lajeado.

Wink – O que te motivou a ser um profissional da medicina?

Frank – Não tenho ninguém da minha família que seja médico. O primeiro curso que eu comecei foi ciências da computação na UFRGS e vi que aquilo não era para mim. Comecei a fazer algumas disciplinas de Curso II e fiz uma de anatomia, junto com a odontologia. Então percebi que ‘opah, isso aqui fala mais comigo’. A partir disso, resolvi fazer medicina. Mas queria fazer alguma coisa de residência que pudesse reunir a parte clínica com a cirúrgica e comportamento. Achei isso na neurocirurgia.

Wink – Tu fostes pioneiro neste trabalho aqui na região. Como é trabalhar nesta especialidade? O que houve de mudança nestes últimos anos?

Frank – Quando eu cheguei aqui, vim para estabelecer o que se chamava na época de microneurocirugia, que era o tratamento cirúrgico de patologias cerebrais e de coluna usando microscópio. Naquela época, o hospital tinha um microscópio muito precário, os anestésicos para neurocirurgias eram complicados. Então teve um trabalho, primeiro, de convencer a diretoria do hospital de que tinha que investir nessa área e que podia dar retorno. Naquela época, não era comum os médicos falarem com a diretoria em termos de retorno.

Wink – Para se envolver na comunidade e se tornar presidente do Bruno Born, tem que ter uma visão de negócios. Isso veio da tua natureza ou do relacionamento com outros empreendedores?

Frank – Eu tive um avô materno muito empreendedor, que sempre foi de fácil comunicação e envolvimento com a comunidade em que vivia. Lembro que ele tinha um caderninho onde anotava o quanto as pessoas deviam para ele. Era um comerciante de Erva Mate. Quando eu fui estudar fora, não tinha muitos recursos para me manter. Se quisesse fazer alguma coisa fora do comum, tinha que fazer algum trabalho extra. Descobri isso comercializando qualquer coisa, fui para a Argentina buscar roupa, fiz livro e vendi. Isso foi ao natural, uma veia comerciante. Depois, aprendi na vida em Ijuí o quanto a cidade é forte se a comunidade for forte, e o quanto a gente tem que se doar para uma comunidade. Eu acho que o que estou fazendo em Lajeado, quando faço um trabalho comunitário ou assumo um cargo diferente, é devolver a comunidade um pouco do que ela me deu.

Wink – Cristiano, és natural de Teutônia. O que tu fazias antes do Bruno Born?

Dickel – Comecei a trabalhar com 13 anos, no Grêmio Recreativo Canabarrense, que é o clube da cidade. Eu cuidava da tesouraria do clube na manhã e, na parte da tarde, auxiliava na escolinha de futebol. Ali fiquei por quatro meses e então fui trabalhar no escritório de contabilidade, onde fiquei por sete anos. Foi quando eu ingressei no curso de ciências contábeis da Univates e depois disso trabalhei na indústria calçadista.

Wink – A tua formação em contabilidade é um espelho do que acontece na organização. A gente percebe que tu tens um papel muito importante dentro do HBB, onde tu desenvolveu essa capacidade de relacionamento?

Dickel – Na verdade, 50% das minhas cadeiras na faculdade foram feitas dentro de ciências contábeis e as outras 50% em administração. Sempre tive ciência de que não queria ser um contator, mas queria poder entender os números e enxergar para onde estou levando uma empresa. A questão institucional foi no hospital mesmo, na época do Dr. Bender, teve um período lá, por volta de 2008, em que todo mês eu ia a Brasília, no Ministério da Saúde. Lá eu aprendi muito da parte técnica operacional e conseguimos vários recursos ali. A oncologia nova, a hemodiálise, a UTI adulta…

  • Assista a entrevista na íntegra AQUI

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