Após três meses da maior enchente já enfrentada por Lajeado, a última família deixou o abrigo do Parque do Imigrante nesta terça-feira, 30. No pico da cheia, no dia 2 de maio, Lajeado chegou a ter dez espaços com mais de 1.300 pessoas. As famílias retornaram gradualmente para as residências, casas de amigos ou parentes, casas de passagem ou se encaminham para o programa de aluguel social do município. Apenas seis pessoas solteiras permanecem abrigadas no Ginásio do bairro Conservas, no aguardo do encaminhamento definitivo.
Em 30 de abril, as famílias começaram a ser removidas das casas e foram encaminhadas para abrigos municipais, após alertas de elevação do nível do rio Taquari. Desde então, a administração municipal mantinha os locais abastecidos com alimentação diária (café, almoço, lanche e janta), água, e os abrigados atendidos com roupas, colchões, cobertores e outros itens necessários. Além disso, a administração também trabalhava para a retomada das famílias para residências permanentes ou temporárias.
No pico da enchente, Lajeado teve abrigos em funcionamento nos Ginásios das Associações de Moradores dos bairros Conservas, Montanha, Morro 25, Santo André, Santo Antônio, nas capelas do bairro Conservas, Santo Antônio e Universitário, no Centro Esportivo Municipal do bairro São Cristóvão, no Esporte Clube Corinthians do bairro Carneiros e no Parque do Imigrante.
“Nos últimos meses, o local foi o lar temporário de muitos que perderam as casas na enchente. Trabalhamos intensamente para o encaminhamento de famílias para lares seguros e estruturados por meio de aluguel social, enquanto aguardamos a conclusão das primeiras casas dos programas habitacionais dos governos federal e estadual e privados. As famílias receberam todo apoio necessário neste período, e a secretaria segue atendendo todos os serviços, seja no Ceapac, Cras, Creas e demais equipamentos”, explica a secretária do Desenvolvimento Social, Céci Gerlach.
Última família a deixar o Parque do Imigrante
Marta Lurdes Polo e a família foram os últimos a deixar o abrigo do Parque do Imigrante e seguir para um recomeço em um novo lar. Encontraram uma casa no Centro para seguir a vida.
“Não estávamos no abrigo por opção. Foi uma fatalidade o que aconteceu. Antes, eu morava no bairro Moinhos e nunca tinha pegado na minha casa. Os aluguéis estavam fora do nosso orçamento, mas conseguimos encontrar um local seguro para chamar de lar. Meu trabalho também me ajudou a passar por esse obstáculo e seguir a vida a partir de agora”, relata Marta, que receberá aluguel social do município.
Assistência aos atingidos pela cheia
Desalojados ou atingidos pela cheia podem buscar o Centro Especial de Apoio aos Atingidos pelas Cheias (Ceapac) para fazer cadastros em programas sociais ou para retirada de doações. O Ceapac está localizado ao lado da Secretaria do Desenvolvimento Social, na Avenida Benjamin Constant, 420, Centro, na antiga sala do restaurante Caixeiral, em frente ao Colégio Madre Bárbara.
O horário de atendimento é de segunda a quinta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h45, e na sexta-feira, das 8h às 14h, sem fechar ao meio-dia.
Aluguel social
O município aprovou a Lei nº 11.615, de 13 de setembro de 2023, que autorizava o pagamento de aluguéis aos atingidos no valor de R$ 1 mil por mês, pelo prazo de seis meses. Um projeto de lei prorrogou o prazo para mais 12 meses.
No total, 916 famílias recebem aluguel social pago com recursos do município, sendo 305 contratos referentes às cheias de 2023 e outras 611 famílias da cheia de maio de 2024.
Como funciona?
A pessoa atingida pela enchente deve procurar um imóvel do interesse e depois se cadastrar no Ceapac para análise. São necessários documentos: folha resumo do Cadastro Único, contrato autenticado em cartório, dados do proprietário ou imobiliária (CPF, Identidade, endereço, telefone, e-mail e dados bancários), dados do locatário (CPF, Identidade e comprovante do endereço atingido). Para ser concedido o aluguel, a moradia precisa estar em condições adequadas de habitabilidade.
Pessoas solteiras/sozinhas são encaminhadas para as casas de passagem Shalom e Associação Abrigo São Chico.
Residências definitivas
Lajeado tem já asseguradas a construção de 400 residências definitivas a serem destinadas à população atingida pelas enchentes. As obras são executadas por meio de programas dos governos federal e estadual e da iniciativa privada, e a Prefeitura deve fornecer o terreno para os projetos.
- 150 casas do programa Minha Casa Minha Vida/Calamidade – Governo Federal, referente a setembro de 2023 – Terrenos em processo de loteamento, casas já licitadas pela Prefeitura
- 150 casas do programa Minha Casa Minha Vida – Governo Federal, referente a setembro de 2023.- Terrenos em processo de loteamento, casas já licitadas pela Prefeitura
- 56 casas via Defesa Civil Nacional – Governo Federal, referente a setembro de 2023 – Casas em processo de licitação
- 30 casas do programa A Casa é Sua/Calamidade – Governo Estadual, referente a setembro de 2023 – Terrenos sendo preparados, casas já licitadas pelo Governo do Estado
- 10 casas do programa Uma Casa por Dia (iniciativa privada), referente a maio de 2024 – Casas em construção em terreno cedido pela Prefeitura
- 4 casas do programa Go Click (iniciativa privada), referente a maio de 2024 – Casas em construção em terreno cedido pela Prefeitura