A chegada das estações frias potencializa algumas doenças respiratórias, como a bronquiolite. Esta condição, marcada pela inflamação dos bronquíolos, afeta principalmente crianças e requer atenção especial para os menores de dois anos. Quando não bem tratada, ela pode evoluir para casos mais graves e resultar, inclusive, na internação dos pequenos.
“É uma doença causada por vários vírus, mas o principal deles é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR)”, explica o médico pediatra Eduardo Lopes. Quando o VSR entra no organismo, os bronquíolos ficam inflamados, ou seja, sua espessura aumenta e há maior produção de muco.
No começo, a bronquiolite pode se assemelhar a um quadro viral comum. Mas ela se diferencia pelo fato de que a condição se agrava entre o terceiro e quinto dia. “Nesse momento, em vez de melhorar, a criança piora, apresentando mais dificuldade para respirar, tosse agravada e maior esforço respiratório”.
Em crianças menores, a dificuldade pode ser observada pela velocidade da respiração e o movimento realizado pelas costelas e pescoço. Outros sinais incluem mamadas mais curtas e irritabilidade aumentada.
“O vírus pode ser mais perigoso para os recém-nascidos e pacientes prematuros com doença pulmonar crônica”, ressalta Lopes. Ainda assim, o pediatra esclarece que, de maneira geral, somente 2% das crianças evoluem para quadros que exigem a permanência no hospital. “A maioria pode ser tratada em casa, com lavagem nasal, hidratação, mantendo a criança confortável e tendo cuidados com a alimentação”.
Cuidados
Apesar de ser um vírus comum em crianças, o VSR também pode acometer adultos e sua transmissão se dá até mesmo antes dos primeiros sintomas gripais. Para evitar a contaminação de bebês, o pediatra recomenda evitar as visitas aos recém-nascidos.
“Temos que parar com essa cultura de lotar o hospital ou a casa para visitar bebê. Porque a bronquiolite não vem do nada, ela vem das pessoas. Então alguém leva o vírus para a criança”.
Nas escolas, a recomendação é que as creches evitem espaços fechados e incentivem a correta higienização das mãos das crianças. As mesmas medidas também podem ser adotadas em casa para reforçar a proteção. Manter os ambientes bem ventilados e garantir a limpeza frequente das superfícies ajudam a reduzir a propagação de vírus.
Assista o bate-papo completo com o médico pediatra Eduardo Lopes nas plataformas digitais do Grupo a Hora. O programa “Nosso Filhos” é apresentado por Mateus Souza e pelo Dr. João Paulo Weiand. Patrocínio de Clínica Protege e Colégio Evangélico Alberto Torres – CEAT.