“O luto não é somente a perda de um ente querido”, alerta psiquiatra

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“O luto não é somente a perda de um ente querido”, alerta psiquiatra

Médico Bruno Lo Lacono Borba é o 14º entrevistado do quadro da Rádio A Hora

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“O luto não é somente a perda de um ente querido”, alerta psiquiatra
Psiquiatra, Bruno Lo Lacono Borba (Foto: Marcos Ruschel).
Lajeado
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Em meio aos desafios impostos pelas recente enchente histórica no Vale do Taquari e em todo o estado, a preocupação com a saúde mental ganha destaque. O psiquiatra Bruno Lo Lacono Borba, ressalta a iminência de surgirem mais casos de transtornos psicológicos diante da situação vivenciada nas últimas semanas.

“O luto não se resume apenas à perda de um ente querido”, enfatiza o médico, destacando a importância de compreender e hierarquizar a dor de cada indivíduo. “Tentamos flexibilizar, não há como quantificar a dor de cada um. Se eu perdi a foto dos familiares que já se foram, talvez não dê para comparar com alguém que perdeu um bem material”, explica.

Além das perdas individuais, Borba observa que existem lutos coletivos, como férias canceladas e eventos adiados, que também afetam emocionalmente as pessoas. “O relembrar e o estar no local, a reação vai depender de cada pessoa. A forma como a gente lida com o luto é algo particular”, destaca.

A tragédia das enchentes não apenas tirou vidas e causou danos materiais, mas também apagou memórias preciosas. “A maioria das pessoas perdeu esses momentos significativos. É um luto que merece atenção, são memórias significativas perdidas”, lamenta o psiquiatra.

Em um cenário de solidariedade, muitos buscam auxiliar os afetados pela tragédia climática. No entanto, o especialista ressalta que o apoio emocional também é fundamental. “O luto não é somente a perda de um ente querido, mas de qualquer sentimento de perda”, destaca.

Qualidade do sono

Além disso, Borba alerta para os impactos no sono das pessoas que participaram ativamente dos esforços de socorro durante as enchentes. “O estresse excessivo, o cansaço físico e emocional afeta diretamente a qualidade do sono”, afirma. Ele recomenda que, aos poucos, as pessoas retornem à rotina habitual para recuperar o sono perdido, mas destaca que, em casos mais graves, é necessário buscar ajuda médica.

Por fim, o psiquiatra ressalta a importância de proporcionar espaços para as pessoas desabafarem sobre suas experiências. “Dar espaço para a pessoa falar é fundamental”, conclui.

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