Força-tarefa tenta preparar solo para próximo plantio

AGRICULTURA

Força-tarefa tenta preparar solo para próximo plantio

Cooperativas e empresas ligadas à proteína animal elaboram relatório sobre necessidades de limpeza nas propriedades

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Força-tarefa tenta preparar solo para próximo plantio
Solo nas propriedades rurais ainda estão com sedimentos da enchente, o que inviabiliza o plantio da próxima safra. (Foto: Gabriel Santos)
Vale do Taquari

A produção primária da região sofre consequências da maior inundação da história do RS. Falta ração para as criações, os acessos ao interior estão comprometidos, as lavouras foram destruídas e o solo tem muito barro.

Essa situação inviabiliza o plantio nas áreas próximas aos rios, em especial nas proximidades do Forqueta e do Taquari. Como forma de agilizar a limpeza das propriedades, cooperativas, empresas, Emater-RS\Ascar e o senador Luiz Carlos Heinze, tiveram uma reunião na manhã de ontem.

No encontro, definiram uma força-tarefa para auxiliar os produtores da região. O grupo fará um levantamento para saber o quanto de propriedades necessitam de serviços de máquinas para limpeza e correção do solo.

Conforme o senador Heinze, é preciso buscar apoio de empreiteiras, das próprias secretarias municipais e facilitar a chegada de tratores e retroescavadeiras para retirar os sedimentos trazidos pela água. “Os municípios estão engajados para restabelecer acessos. Precisamos de máquinas nas propriedades e para isso não podemos esperar o poder público. Já desenvolvi um projeto nessa área no Vale do Rio Pardo, por meio das fumageiras, e é possível fazer”, ressalta.

Além disso, também existe uma obrigação em termos de licenças ambientais para viabilizar os trabalhos nas propriedades. “Isso a prefeitura precisa encaminhar e liberar”, diz o senador.

Os números dos prejuízos em lavouras, qualidade do solo, propriedades, maquinários e criações ainda são desconhecidos. A Emater-Ascar\RS, junto com a Secretaria Estadual de Agricultura, os municípios e os STRs, elaboram um diagnóstico preliminar sobre o impacto da catástrofe ambiental.

Conhecer a situação

O presidente liquidante da cooperativa Languiru, Paulo Birck, destaca que a conversa de ontem foi a primeira que reuniu diferentes organizações para estabelecer caminhos para ajudar o produtor rural.

“Precisamos entender o anseio dos agricultores. Ter uma noção clara de onde é preciso estabelecer uma força-tarefa para limpeza. Por isso, nosso primeiro movimento é fazer um levantamento com o nosso associado. Assim as demais empresas farão”, afirma.

De acordo com ele, também é preciso fazer um esforço com engenheiros agrônomos e técnicos. Com o solo foi muito prejudicado, as correções com fertilizantes precisa ser analisada.

“Para termos plantio nos próximos meses, precisamos retirar o sedimento e viabilizar as condições para o plantio”, destaca Birck. O grupo criado na manhã de ontem tem a Emater como organizadora.

“Sem dúvida precisamos de muitos serviços de máquinas para os produtores da região. Agora, o quanto isso vai custar e quem vai bancar, essa resposta ainda não se tem”. O destino de todos os sedimentos também não está claro.

“Vejo que a discussão está muito sobre as casas, a ajuda aos moradores da cidade. Porém, não podemos esquecer os produtores rurais. Se não agirmos, vai faltar comida. Vamos ter um grande impacto econômico nas nossas produções nos próximos meses. Vemos criadores que estão vendendo as vacas leiteiras por preço muito abaixo do mercado, pois não falta silagem, falta ração. Estão se desfazendo dos animais para eles não morrerem de fome”, realça Birck.

A movimentação econômica regional depende do setor primário. Estima-se que 80% da geração de renda no Vale provenha do campo e do beneficiamento dessas produções. Avicultura, suinocultura e pecuária de leite representam a maior parcela desse total. Junto com isso, a lavoura de milho, voltada para a subsistência dessas criações.

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