Gabinete do Mapa apoia reconstrução de municípios do Vale

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

Gabinete do Mapa apoia reconstrução de municípios do Vale

Atendimento busca o diálogo com agricultores e técnicos, em especial, as lideranças de organizações e instituições de representação

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Atualizado terça-feira,
04 de Junho de 2024 às 11:47

Gabinete do Mapa apoia reconstrução de municípios do Vale
Visita na sede da JBS, em Roca Sales (Foto: Rodrigo Martini).
Roca Sales

Para apoiar a reconstrução do setor agropecuário, impactado pelo desastre climático no estado, o governo federal instituiu um gabinete itinerante, comandado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que vai transitar por todos os municípios dos territórios afetados, conforme avaliação preliminar das regiões e atividades atingidas.

O atendimento que busca o diálogo com agricultores e técnicos, em especial as lideranças de organizações e instituições de representação iniciou sua agenda nessa segunda-feira, 3, em Encantado e, nesta quarta-feira pela manhã, se concentra no município de Roca Sales. Já à tarde, ocorre em Muçum e, nos próximos dias, em outros municípios afetados pela enchente como, Lajeado, Arroio do Meio, Estrela, Marques de Souza e Cruzeiro do Sul.

Conforme o engenheiro agrônomo da Emater/RS, Guilherme Miritz, em Roca Sales, o setor agropecuário foi duramente afetado durante e pós-enchente. Os prejuízos ainda não são possíveis de serem calculados. “Na questão agrícola, já é possível perceber alguns números, principalmente no milho que estava encerrando o seu ciclo. Pelo menos 10% da lavoura estava por ser colhida, portanto, segue sendo contabilizado o que ainda se pode juntar e o que se perdeu”.

A soja, por relatos dos produtores e visita in loco, em média 30% ainda estava nas lavouras para ser colhida. “Uma parte segue sendo colhida com baixa qualidade e outra parte está sendo deixada para trás”. Prejuízos que no momento da enchente foi perdido imediatamente são os alimentos para bovinos de leite, os silos que ficaram no caminho da enchente ou por deslizamentos.

Apesar de todos os prejuízos, Miritz acrescenta que a perda de animais foi menor comparado com outros municípios e outros episódios. “Comparado com outras enchentes ou com municípios mais abaixo no Taquari, tivemos menor perda de bovinos, mas tivemos bastante perda na produção”.

Ainda, segundo ele, há comunidades sem energia elétrica como, as localidades da região alta como, Linha Marechal Hermes, Três Pinheiros, Maracanã e outros. Esses animais nessas comunidades não foram ordenhados de maneira correta o que fez com que perdessem produção. Sem alimento adequado acabaram secaram. A produção que antes era de 17 mil litros por dia no município, caiu drasticamente. Não somos a maior bacia leiteira, mas ela é importante para os produtores do município”.

As granjas de suínos e aves em sua maioria com energia restabelecida, mas a fornecimento de ração foi muito prejudicado. “Por conta da mudança da qualidade da alimentação ou da falta dela, perdeu-se o potencial genético e os prejuízos serão sentidos agora, com o abatimento dos animais”.

Outra situação citada por Miritz é a trafegabilidade, as estradas que foram muito danificadas e os acessos às propriedades ainda limitados. “Os investimentos feitos pelos produtores, na hora que chegar essa conta para pagar, sofrerão dificuldades para honrar com seus compromissos”.

Em relação à anistia total das contas, não descartam nenhuma proposta apresentada pelos agricultores e entidades representantes. “Esta tudo sendo ouvido, avaliado e em breve levado ao ministro e ao presidente.” Pedido é ressaltado pelos agricultores devido tamanho das perdas. Em Roca Sales foram mais de 800 hectares de solo perdido.

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