Famílias retornam, mas áreas de risco permanecem monitoradas

RACHADURAS NO SOLO

Famílias retornam, mas áreas de risco permanecem monitoradas

Após temporais, localidades em Teutônia, Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul apresentam rachaduras e exigem avaliação técnica. Laudos alertam para fendas em solos e residências, e exigem atenção dos moradores

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Atualizado segunda-feira,
03 de Junho de 2024 às 17:07

Famílias retornam, mas áreas de risco permanecem monitoradas
Em Cruzeiro do Sul, rachaduras são analisadas, em especial, na rua Bento Gonçalves

As fortes chuvas que atingiram a região desde o fim de abril, colocaram comunidades em risco com o surgimento de rachaduras nos solos, encostas de morros e residências. Fissuras são percebidas em cidades como Teutônia, Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul, que tiveram moradores retirados dos bairros para avaliação dos danos. Laudos publicados indicam locais mais prejudicados e possibilitam retorno dos moradores, com restrições.

Em Cruzeiro do Sul, o maior risco é em parte do Centro e Bairro Vila Italiana. Área do morro com fendas foi interditada pela Defesa Civil do Estado há cerca de uma semana e 65 famílias tiveram que deixar suas residências. Na sexta-feira, 31, o geólogo Leandro Pedry apresentou um parecer técnico preliminar do local, autorizando o retorno momentâneo dos moradores até esse domingo, 2, com algumas restrições.

Novo laudo foi emitido pelo geólogo após avaliação feita no domingo, e informa que os pinos de controle instalados em trincas de paredes, muros e pisos apresentaram movimentos médios de 2 mm em quatro dias. Com previsão de estabilidade do tempo para esta semana, é mantida a autorização de permanência das famílias, sob regime de atenção.

Segundo o laudo, o local segue classificado como área de alto risco, porque as recomendações não são integralmente seguidas, com passagem de caminhões que não estavam autorizados, por exemplo. Além disso, o trânsito de veículos leves é vetado na Bento Gonçalves, na quadra entre a Licínio Rocha de Azevedo e a Barão do Cotegipe.

Em Linha Harmonia, Teutônia, 14 famílias voltaram a ser notificadas. Desta vez, residentes em áreas de elevado risco de deslizamentos (Foto: Divulgação)

Em Teutônia

Outro ponto analisado no Vale é a Linha Harmonia, em Teutônia. Um parecer técnico foi emitido no fim de maio. De acordo com o documento, 14 famílias voltaram a ser notificadas. Desta vez, residentes em áreas de elevado risco de deslizamentos.

De acordo com o relatório apresentado pelo Grupo de Avaliação de Movimento de Massa do Rio Grande do Sul (Gamma), as áreas analisadas apresentam escorregamentos rotacionais, reativados em virtude dos intensos volumes de chuva registrados a partir do dia 30 de abril.

Além das fissuras, foram mapeados também pontos de movimentação de massa do tipo rastejo, alguns, inclusive, com evidências de movimentações antigas, ocorridas antes desses episódios. Foram demarcadas três áreas específicas, duas caracterizadas como de elevado risco de deslizamento e outra com moderado risco de movimentação.

Os moradores das áreas 1 e 3, na Linha Harmonia Alta, identificadas como de alto risco, foram orientados a não permanecerem nas residências. A recomendação, em caráter cautelar, leva em consideração o iminente risco de movimentações que podem atingir casas próximas ou mais distantes. Já as quatro famílias que residem no perímetro da área 2, caracterizada como de risco moderado, também em Linha Harmonia Alta, foram notificadas quanto à necessidade de atenção em relação às condições climáticas para permanência no local.

Morro São Roque

Um laudo geológico recente aponta que algumas áreas do Morro São Roque, em Arroio do Meio, necessitam ser evacuadas devido à instabilidade do solo. A comunidade quilombola que vive no local, no distrito de Palmas, interior do município, é composta por cerca de 40 famílias.

O estudo revela que o terreno montanhoso da região apresenta riscos e destaca a necessidade de medidas estruturais para mitigar o movimento de massa, o que exigirá uma análise mais detalhada e um monitoramento contínuo nos próximos meses para garantir a segurança dos moradores.

Ainda em maio, as famílias foram retiradas das residências em duas oportunidades por equipes do Corpo de Bombeiros e do Exército.

Nas áreas de Cruzeiro do Sul

– Autorizado o acesso ao local apenas com veículos leves;

– Vetado o trânsito de veículos pesados por qualquer motivação, sem a expressa autorização;

– Vetado o trânsito de veículos na Rua Bento Gonçalves, nas quadras entre as ruas Licínio Rocha de Azevedo e Barão do Cotegipe;

– Vetado o abastecimento de piscinas e reservatórios de água outrora inexistentes;

– Vetada a realização de qualquer obra de reforma, ampliação e construção sem a expressa autorização do responsável técnico;

– Deverão ser conservados os instrumentos de medições cinemáticas tais como pinos e pinturas no pavimento, a fim de não prejudicar o monitoramento da área.

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