População resiliente depende de cultura e educação

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

População resiliente depende de cultura e educação

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Enchentes sempre foram uma parte inevitável da vida do Vale do Taquari. Com as mudanças climáticas, a frequência e a intensidade desses eventos aumentam. As histórias de famílias que perderam tudo em questão de horas nos emocionam e entristecem.

Quando se avalia os efeitos decorrentes dessas tragédias, fica evidente o pouco entendimento da sociedade enquanto riscos, preparo e saída das áreas. A verdade é que precisamos educar nossas comunidades para serem mais resilientes diante dessas catástrofes.

Leitor, já parou para pensar como algumas pessoas sabem o que fazer enquanto outras ficam completamente perdidas? Nas conversas que tive com dezenas de moradores nos abrigos uma coisa ficou clara: a falta de comunicação e educação adequada pode transformar uma situação difícil em um desastre absoluto.

A maior inundação da história jamais poderá cair no esquecimento. E agir sobre essa memória dramática é criar cultura de prevenção e resposta rápida. Não basta apenas esperar que o governo ou as autoridades façam algo; é essencial que cada indivíduo saiba como agir. As comunidades mais resilientes são aquelas onde a educação para a prevenção é levada a sério. Imagine se todas as famílias soubessem identificar os sinais de uma enchente iminente e tivessem um plano de ação claro. Isso poderia salvar muitas vidas e reduzir danos materiais.

Em cima disso, as escolas são fundamentais. Desde cedo, as crianças devem aprender sobre os riscos e como se protegerem. Não se trata apenas de ensinar sobre enchentes, mas de desenvolver uma consciência ambiental e um senso de responsabilidade coletiva.

Sinto uma mistura de frustração e esperança quando vejo como poderíamos evitar muitos dos danos causados pelas enchentes com um pouco mais de preparo e educação. Frustração porque já perdemos muito, e esperança porque ainda podemos fazer muito. Transformar a maneira como lidamos com desastres naturais é uma tarefa coletiva. Ao investirmos em conhecimento e preparação, estamos construindo um futuro mais resiliente para nossas comunidades.

O exemplo do Japão

Em que pese todas as diferenças culturais, as catástrofes climáticas enfrentadas pela população da pequena ilha oriental são registradas há séculos. Confira três medidas:

Sistema de Alerta Precoce de Tsunamis:
A recorrência exige que cada família tenha um plano de contingência. Além disso, comunidades inteiras são engajadas na evacuação e há uma infraestrutura robusta para minimizar os impactos, como diques, reservatórios e canais de desvio de água.

Memória
Monumentos, museus e marcos são usados para lembrar as pessoas dos eventos trágicos. Isso tem um forte efeito pedagógico e emocional, mantendo viva a consciência dos riscos e a necessidade de medidas preventivas.

Educação
Desde os sete anos, as crianças aprendem sobre os desastres naturais e participam de simulações e treinamentos regulares. Isso cria uma cultura de prontidão que permeia toda a sociedade.

 

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