Movimentos e alentos ao Vale do Taquari

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Movimentos e alentos ao Vale do Taquari

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A sociedade civil organizada não mede esforços para a recuperação social, econômica e estrutural da região. Já são diversas ações coletivas tomando forma. Umas com o foco local, e outras com foco regional. Com mais ou menos divulgação, e com muita colaboração coletiva, todas são válidas e necessárias na ordem do dia. As últimas ações foram lançadas pela Cacis, de Estrela, e pela Acil, de Lajeado. As duas entidades lançaram, nessa semana, a “Associação Reconstrói Estrela” e a campanha “Vale do Taquari – Nosso futuro é aqui”, respectivamente.

É possível, inclusive, que novos movimentos surjam nas próximas semanas, dada a nossa histórica característica associativista. Ainda é preciso organizar melhor os propósitos e caminhos, é bem verdade. Mesmo assim, tudo isso precisa servir de combustível para quem ainda tem dúvidas sobre o nosso “renascimento”. Afinal, desistir não pode ser uma opção. E isso sempre esteve no DNA do Vale.

Investimentos e burocracias

No retorno para a capital gaúcha, após agenda em Estrela, na quinta-feira, o governador Eduardo Leite e a comitiva pararam para um rápido almoço em Fazenda Vilanova, no Paradouro Bortolini Restaurante. Por lá, o chefe do Executivo gaúcho pediu um espetinho e ouviu do proprietário sobre a dificuldade em conseguir, junto à CCR, a autorização para aprovar o acesso a uma outra área de terra com 10 hectares, onde o empresário projeta novos empreendimentos às margens da BR-386. Uma projeção que já era importante antes da tragédia, e agora ganha mais importância em função da necessária reconstrução e da retomada confiança junto ao setor empresarial do Vale do Taquari.

De olho em Teutônia

A mais germânica cidade do Vale do Taquari tem chamado a atenção de moradores e empresários situados em cidades mais impactadas pelas históricas chuvas das últimas três semanas. Um movimento favorável à Teutônia, mas que gera preocupação nas comunidades vizinhas. Afinal, e em um momento de necessária mobilização social e empresarial para a reconstrução dos municípios, toda e qualquer mão de obra – e todo e qualquer pagador de impostos – tem uma importância ainda maior. Em tempo, e é bom que se diga, a cidade de Teutônia – que completou 43 anos nessa sexta-feira – já chamava a atenção pela própria pujança antes mesmo da tragédia

Caumo convocado à câmara

Em Lajeado, os seis vereadores emedebistas de oposição assinam um requerimento ordinário para solicitar a presença, em sessão plenária, do prefeito Marcelo Caumo, do Coordenador da Defesa Civil, e também do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, André Bücker. O convite é para “tratar dos impactos da enchente em nossa cidade”.

Paciência e estratégias

O trânsito urbano de Lajeado virou um enfadonho caos nos horários de pico. E uma boa fatia do colapso está relacionada às condições da BR-386. Por vezes, a anarquia de motoristas – de fora, especialmente – compromete ainda mais a mobilidade e a paciência dos lajeadenses. Diante do quadro, que já perdura desde o início da pior tragédia ambiental já registrada no Rio Grande do Sul, é preciso buscar e pensar novas estratégias para minimamente aliviar a tensão dos motoristas. Em um primeiro movimento, o Departamento de Trânsito deve restringir o estacionamento em algumas vias mais estranguladas – como as ruas 17 de Dezembro e Nossa Senhora do Caravágio, entre os bairros Hidráulica e Alto do Parque. Mas ainda é pouco. Assim como é pouco e insuficiente o número de agentes de trânsito para uma cidade de quase 100 mil habitantes.

Todos pela ponte, mesmo!

A reconstrução de uma das travessias sobre o Rio Forqueta – junto à histórica Ponte de Ferro – tem agitado os bastidores político e empresarial de Lajeado e Arroio do Meio, e com duros reflexos à região alta. É fato. As diferentes frentes de trabalho geram divergências desnecessárias entre agentes públicos e privados. E sem desprezar qualquer movimento eu concluo: é preciso deixar algumas particularidades, interesses políticos, vaidades e outros pormenores de lado e, de fato, pensar no coletivo a curto – especialmente –, médio e longo prazo. Caso contrário, vamos gastar energia à toa em um momento crucial à reação e, de quebra, vamos afundar boas intenções e desmotivar os bem-intencionados. E vamos combinar, não há tempo a perder para quem perde muito todos os dias.

Tiro curto

  • Em Arroio do Meio, a vereadora Adiles Meyer (MDB) se ausentou das duas últimas sessões plenárias da câmara. No dia 17 de maio ela pediu “licença por prazo indeterminado”.
  • Nas redes sociais, chama a atenção o aumento no número de seguidores de alguns poucos pré-candidatos em detrimento à estagnação de outros tantos possíveis postulantes. Coincidência ou não, quem cresceu está constantemente na vitrine.
  • Muitos vereadores utilizam o mecanismo do “requerimento” para solicitar ações já previstas, movimentos já em construção, e até mesmo fatos já consolidados por parte dos órgãos competentes. Além de perda de tempo – por parte de quem apresenta e de quem é obrigado a dar atenção –, este tipo de atitude demonstra, também, o oportunismo de certos agentes políticos.
  • Marcelo Arruda, prefeito de Barra do Rio Azul, será o novo presidente da Famurs. A cerimônia de posse será na próxima terça-feira, às 18h.

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