As enchentes trazem preocupações significativas para o campo da saúde, especialmente em relação às crianças. Neste período, observa-se um aumento significativo de doenças como leptospirose, tétano, hepatite A e infecções respiratórias. Esse cenário se deve, em grande parte, à exposição à água contaminada, dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições de higiene. Por isso, especialistas alertam para os cuidados redobrados a fim de proteger os pequenos em situações pós-enchentes.
A aglomeração em abrigos e ginásios, somada às condições climáticas da época, também favorecem a disseminação dos casos. De acordo com o médico infectologista, Guilherme de Campos Domingues, cerca de 26 doenças podem acometer adultos e crianças que tiveram contato com as enchentes. Além disso, o Vale apresenta casos de dengue, cujos sintomas podem ser facilmente confundidos com os da leptospirose e preocupam os especialistas.
“São doenças que têm sintomatologia muito parecida, como febre e dores no corpo. No entanto, em uma o tratamento é apenas hidratação e na outra você precisa do antibiótico”, explica Domingues. “Por isso, fazemos um apelo à população para que procure atendimento médico o quanto antes. É muito importante identificar e começar imediatamente o tratamento”.
Médica pediatra, Lauren Mallmann também alerta para os casos de piolho e escabiose, popularmente conhecida como sarna. Mesmo com cuidados básicos, ela explica que é difícil conter a contaminação entre as crianças, pois passam muito tempo juntas nos abrigos. “O tempo também não colabora para que as famílias possam lavar as coisas. O pessoal ganha doações, mas não conseguem higienizá-las e os ‘bichinhos’ vão ficando nas roupas”, comenta.
A vacinação protege a saúde das crianças
Lauren e Guilherme ressaltam que, apesar do atual cenário, é possível conter a disseminação de boa parte das doenças, ou mesmo reduzir a gravidade. O segredo está na vacinação, que precisa estar em dia para proteção dos casos de tétano, hepatites e infecções respiratórias, por exemplo.
“Estamos com vários quadros de bronquiolite nos hospitais e importantes casos de influenza. E a vacinação da gripe ainda tem doses disponíveis”, salienta o infectologista, que alerta para a facilidade com que essas doenças podem evoluir a estágios mais graves em crianças e idosos.
Cuidados pós-enchente
A fim de evitar contaminações, os especialistas destacam alguns cuidados importantes, sendo eles:
- Higienizar de forma adequada os alimentos;
- Filtrar e ferver a água antes de beber;
- Não consumir alimentos que estiveram em contato com a enchente, bem como aqueles que apresentarem mal cheiro, cor ou aspecto fora do normal;
- Fazer o uso do álcool em gel para auxiliar na higienização;
- Utilizar materiais de proteção (botas e luvas) ao fazer a limpeza das casas ou acessar locais atingidos pelas cheias.
Além disso, é preciso manter o calendário vacinal em dia e reforçar doses, quando necessário.
O programa “Nosso Filhos” é apresentado por Mateus Souza e pelo Dr. João Paulo Weiand. Patrocínio de Clínica Protege e Colégio Evangélico Alberto Torres – CEAT.
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