Em Brasília, prefeitos cobram celeridade na liberação de recursos

POLÍTICA

Em Brasília, prefeitos cobram celeridade na liberação de recursos

Prefeito de Colinas representa o Vale na 25ª Marcha em Defesa dos Municípios e participa de reuniões para discutir soluções a reconstrução. Mudanças climáticas norteiam evento

Por

Em Brasília, prefeitos cobram celeridade na liberação de recursos
Evento começou na segunda-feira e programação encerra hoje, em Brasília. (Foto: Ricardo Stuckert)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Gestores municipais de todo o país participam, até hoje, da 25ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. A tradicional programação, que busca debater pautas municipalistas, ganhou peso este ano em virtude da grave situação enfrentada pelo Rio Grande do Sul após as enchentes do começo do mês. Diversos debates foram direcionados para a reconstrução do Estado.

Com o Vale do Taquari em situação de calamidade pública e o acesso dificultado à capital federal, apenas o prefeito de Colinas, Sandro Herrmann, conseguiu viabilizar a participação. Sendo uma espécie de “porta-voz” da região, busca soluções para a situação dos municípios impactados pela catástrofe, sobretudo na liberação de recursos federais.

Herrmann lembra que ainda há promessas feitas após a enchente de setembro de 2023 não cumpridas e que, agora, as demandas são muito maiores e abrangem mais cidades. “É importante participarmos dessas reuniões. Os recursos agora estão sendo prometidos novamente. Mas em qual tempo eles vão chegar às nossas comunidades?”, questiona.

Entidades como a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) e a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) exercem forte pressão para que os processos sejam menos burocráticos. “Não é uma situação de calamidade simples, é uma situação de catástrofe. Então precisamos da compreensão do governo para que as soluções venham de forma diferente, agilizada e facilitada”.

Comoção

Durante as agendas e conversas com outros prefeitos, Herrmann têm percebido uma forte comoção sobre a situação enfrentada pelo RS. Essa sensibilidade, para ele, pode ser fundamental na reconstrução, visto que as atenções estão todas voltadas ao drama dos gaúchos.

“É uma realidade bem diferente daquela vista em setembro, em função do tamanho da catástrofe. O Estado inteiro foi atingido praticamente e regiões como o Vale do Taquari tiveram muito mais danos. Temos vários municípios com muitas dificuldades. O país e o mundo estão com os olhos voltados para nós”.

Uma das palestras em que Herrmann participou debatia justamente o aquecimento global e seus efeitos na natureza. A discussão, segundo ele, evidenciou a importância dos países não negligenciarem a preservação da natureza.

Cidades devastadas

Colinas, como outras cidades da região, sofrem com as inundações do Rio Taquari desde setembro. Segundo o prefeito, o município comandado por ele há oito anos ainda espera para construção das moradias populares anunciadas ainda no ano passado pelo governo federal.

“Todas as áreas para reconstrução das 23 casas estão com licenciamento pronto, urbanizadas e as matrículas já estão individualizadas. Isso desde outubro do ano passado. E nós não temos um tijolo ali. Então é essa burocracia que não pode mais acontecer. Do contrário, vamos ter problemas habitacionais que podem instaurar o caos no RS”.

Até hoje, houve apenas a entrega de moradias temporárias em Arroio do Meio. Estas foram construídas com recursos do Estado. A inauguração ocorreu na segunda quinzena de abril, dez dias antes da enchente histórica do começo de maio.

Tema destaque

“Desafios municipais no enfrentamento das mudanças climáticas”. Este foi o tema destaque da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Os alarmantes números de desastres naturais nos últimos anos e o impacto em todas as áreas do município nortearam fala do presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, em palestra na manhã de quarta-feira, 22.

Conforme Ziulkoski, pesquisa recente com mais de 3,5 mil municípios apontou que apenas dois a cada dez municípios se dizem aptos a enfrentar eventos climáticos extremos. Entre as sugestões apresentadas, estão a criação de um consórcio nacional e do Conselho Nacional de Mudanças Climáticas para apoiar prefeituras.

Acompanhe
nossas
redes sociais