Desastres ambientais no Vale alertam autoridades e população

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

Desastres ambientais no Vale alertam autoridades e população

Conforme o geólogo Leandro Petri, são processos naturais que se desenvolveram em grande ao longo do tempo

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Atualizado quinta-feira,
23 de Maio de 2024 às 14:02

Desastres ambientais no Vale alertam autoridades e população
No começo de maio foram constatadas alterações de relevo em Linha Harmonia, Teutônia (Foto: divulgação)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O Vale do Taquari enfrenta desafios de uma magnitude sem precedentes com inúmeros registros de rachaduras no solo, deslizamentos de morrros e desmoronamento de rodovias na região. Conforme o geólogo e CEO da Magma Geologia e Meio Ambiente, Leandro Petri é preciso considerar que são processos naturais que se desenvolveram em grande profusão ao longo do tempo geológico.

No entanto, ele ressalta que, apesar de naturais, esses eventos se tornam desastres devido à ocupação humana. “As recentes chuvas intensas têm sido um fator determinante para as ocorrências e nem todos os eventos são causados diretamente por encostas instáveis. Alguns são movimentos de massa que geram danos significativos às estruturas e à segurança das comunidades locais.”

A ocupação desordenada dos espaços, principalmente nas áreas rurais, tem contribuído para agravar a situação. Petri aponta para a falta de efetividade dos planos diretores na gestão das ocupações territoriais, especialmente no meio rural, onde atividades agropecuárias muitas vezes resultam em alterações na paisagem que aumentam os riscos de deslizamentos e outros eventos relacionados. 

Um caso específico de preocupação é a rachadura na Casa do Morro, em Cruzeiro do Sul. Petri descreve o processo como um “rastejo”, um movimento lento que pode ou não evoluir para situações mais perigosas. No entanto, ele expressa esperança de que um diagnóstico detalhado da situação possa fornecer medidas adequadas para mitigar os riscos e estabilizar a área afetada.  

Para entender melhor os riscos e prevenir futuros desastres, estão sendo realizados estudos abrangentes, incluindo análises da composição do solo e da topografia local. Em parceria com autoridades locais e empresas especializadas, esforços estão sendo concentrados na avaliação e monitoramento contínuo dessas áreas de risco. “Estamos realizando sondagens para investigar a composição do solo, o que tem embaixo. Além disso, vamos instalar postos de monitoramento para entender como é o comportamento das águas nesse solo”. 

O objetivo é criar estratégias eficazes de gestão do território e conscientizar a população sobre a importância da ocupação responsável do espaço, levando em consideração os aspectos ambientais e geológicos da região. 

Sobre áreas mais propícias, Petri ressalta a importância de áreas com vegetação para a proteção contra deslizamentos e identifica as encostas próximas a cursos d’água e áreas com movimentações de solo como as mais propensas a deslizamentos. 

Acompanhe a entrevista na íntegra

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